Comissão de Justiça vota esta terça-feira projeto sobre empréstimo de R$3,4 bi enviado por Raquel

Após oito dias de adiamento, por conta de emendas da oposição, a Comissão de Constituiçao e Justiça da Assembleia vota, finalmente, esta terça-feira pela manhã projeto enviado pela governadora Raquel Lyra, solicitando autorização para contrair um empréstimo de R$ 3,4 bilhões destinado a investimentos no estado, especialmente, em obras de infraestrutura. Apesar do Palácio ter solicitado a votação em regime de urgência, com dispensa de interstício – prazo para emendas – quatro deputados oposicionistas se recusaram a permitir a dispensa e a votação ficou para hoje.

O presidente da Comissão, deputado Antonio Moraes, disse a este blog que “não há motivo para adiamento. A Comissão está preparada para a votação e é preciso a compreensão dos deputados para o prazo pois trata-se de recursos que ainda dependem de negociações nacionais e internacionais para serem liberados, quando é preciso concluir obras atrasadas e iniciar outras, sobretudo nas estradas”.

Correram boatos, este final de semana, sobre a possibilidade de retirada de pauta mas foram desmentidos. O projeto criou dificuldades para a governadora, que foi pessoalmente leva-lo à casa legislativa, porque não houve entendimento sobre o interstício na primeira votação há uma semana. Agora as emendas vão ser lidas, avaliadas a sua constitucionalidade, e depois votadas, podendo ser acatadas ou rejeitadas. Ontem especulava-se nos bastidores sobre a possibilidade de acatamento de uma das três emendas propostas.

Lula e o salário mínimo

Apesar de ter anunciado um aumento do salário mínimo de apenas R$ 20,00 para os trabalhadores, aproveitando o 1.o de maio, o presidente Lula utilizou a mensagem feita em cadeia nacional de rádio e TV para anunciar que quem ganha até R$ 2.640,00 mensais não mais pagará imposto de renda e que, a partir de agora, o salário mínimo será sempre reajustado de acordo acima da inflação. Fez ainda uma curta prestação de contas do seu Governo. Houve mais elogios do que crítica à sua fala nas redes sociais. Os bolsonaristas lembraram que o gás de cozinha vai ser reajustado esta semana, reduzindo o impacto do aumento do salário mínimo.

Petistas divididos

Os petistas pernambucanos continuam divididos. Desde as duas eleições de Marília Arraes para prefeita mas, sobretudo, governadora, o fosso entre a ala mais jovem e o grupo mais experiente se aprofundou. A notícia dada ontem por este blog sobre uma possível aliança entre Marília e João Campos com vistas a 2024 foi recebida bem pela base mas incomodou os líderes que apoiaram Danilo Cabral e foram vítimas de críticas e vaias junto com o PSB na presença de Lula em 2022.

Capim crescendo

“Quando um político perde um mandato até o capim cresce na porta de casa”. É isso que se costuma dizer sobre alguém que fica sem mandato, mesmo tendo sido protagonista, e é abandonado por antigos companheiros, como foram os casos de Marília e Danilo Cabral, derrotados no ano passado. Marília, se fizer aliança com o primo João, pode se reabilitar do período em que não conseguiu sequer um cargo de confiança no Governo Lula. Já Danilo, que até hoje é elogiado pelo desempenho na campanha e tido como vítima da rejeição ao PSB, ainda não foi aproveitado no Governo Federal e nem convidado pelo prefeito João Campos para assumir alguma secretaria municipal. Mas não se abateu e está visitando suas bases no interior com vistas a um próximo mandato de deputado estadual ou federal.

João e Silvinho

Além de Marília, o prefeito João Campos está se entendendo nos bastidores com o Republicanos do deputado federal Sílvio Costa Filho. Os dois teriam se unido para conquistar a diretoria da Codevasf em Petrolina, afastando o PT da disputa. As intrigas estão grandes nos bastidores. O nível de inquietação ficou tão alto que quase toda semana se anuncia que o assunto foi resolvido mas ele continua afastado do Diário Oficial.

Pergunta que não quer calar: em plena articulaçào não só para 2024 mas também 2026, quem, afinal, o prefeito João Campos vai convidar para compor a disputa pelo Senado, caso seja candidato a governador?

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