Com cofre recheado e aprovação de projetos na Alepe, Raquel pode deslanchar em 2024

 

A governadora Raquel Lyra enfrentou muitas dificuldades neste primeiro ano de mandato, não conseguindo sequer formar uma bancada majoritária na Assembléia. Surpresa? Não. Pelo menos para os habitantes de Caruaru, cidade que ela dirigiu por dois mandatos e de onde saiu com votação consagradora para governar o estado. Em seu primeiro mandato de prefeita ela agiu exatamente como faz agora no estado: passou o primeiro ano arrumando a casa, fazendo economia, elaborando projetos e com atropelos na Câmara de Vereadores. A partir daí sua administração deslanchou até alcançar o patamar de 2022 quando venceu o pleito, tornando-se a primeira mulher a governar Pernambuco.

De vontade própria ou por força das circunstâncias, a governadora vai iniciar seu segundo ano de mandato em menos de um mês, com o cofre recheado para aplicar recursos em todo o estado e em todas as áreas da administração pública. Ainda por cima, ao ter seu pacote de projetos aprovados pela Assembléia por unanimidade, vai ter chance em 2024 de por em prática o maior programa de distribuição de renda e combate à fome que o estado já conheceu. Nada menos de 100 mil mães carentes pernambucanas, com filhos entre 0 e 6 anos, receberão todo mês R$ 300,00, tão logo o programa entre em vigor – a cada ano, só nesta ação, o Mães de Pernambuco, o estado vai investir R$ 300 milhões. O programa Cozinhas Comunitárias vai assegurar refeições diárias a 30 mil famílias. Outros milhares de pernambucanos vão se beneficiar do programa Bom Prato que fornecerá refeições a preços irrisórios ou até gratuitamente em restaurantes conveniados.

Na Assembléia, onde a governadora não tem uma bancada que lhe assegure a aprovação de projetos sem muitas discussões e onde até vetos seus a decisões legislativas foram derrubados – coisa rara, sobretudo em um menos de um ano de mandato – já se tem como certo nos bastidores que Raquel está “com a faca e o queijo na mão para fazer uma importante administração” como revelou a este blog um deputado da bancada independente. Não é pra menos. Além de ter conseguido, com apoio do presidente Lula, R$ 3,4 bilhões de empréstimo e o compromisso com grandes projetos de infraestrutura no estado, ela está finalizando 2023 com uma excelente notícia: o estado registra mais de 18% de aumento no orçamento deste ano que havia sido projetado em R$ 43,8 bilhões pelo governo Paulo Câmara.

Desatar os nós na Alepe

Até terminar seu mandato como prefeita de Caruaru, a governadora Raquel Lyra não conseguiu apoio suficiente na Câmara de Vereadores, tanto que seu vice e atual prefeito, Rodrigo Pinheiro, reuniu todos os vereadores logo depois de empossado quando e celebrou a paz com a casa. Ninguém acredita, nem na Assembléia e nem fora dela, que a governadora tenha interesse em apaziguar os ânimos com o Poder Legislativo. A vice Priscila Krause também não tem sido incentivada a tal, de forma que a cada projeto vai ser necessária uma longa negociação. Além disso, o presidente atual, deputado Álvaro Porto, comprometeu-se com a independência do Legislativo e não dá também sinais de apaziguamento.

Como funcionará o Mães de Pernambuco

O projeto social mais importante da governadora, o Mães de Pernambuco, vai selecionar as 100 mil beneficiárias do programa, no Cad Único, o mesmo sistema de dados utilizado pelo Governo Federal para pagar o Bolsa Família. O secretário de Desenvolvimento Social, Carlos Braga, diz que a gerência do programa vai ser do estado – o Bolsa Família é comandando pelos municípios que fazem a seleção dos beneficiários, seguindo regras estabelecidas pelo Governo Federal. Como as 100 mil mães pernambucanas, pelo perfil anunciado pelo estado, devem estar recebendo o Bolsa Família e não há impedimento de acúmulo cada mãe vai receber cerca de 1 salário mínimo mensal, ou até mais porque o Bolsa Família paga o mínimo de R$ 600,00 e mais um valor por filho menor.

Outros programas sociais

Além dos projetos na área social citados acima, a governadora, reajustou o Chapéu de Palha este ano e vai beneficiar sobremaneira a Agricultura Familiar. Essas duas iniciativas a aproximaram de dois parlamentares do PT na Assembléia: Rosa Amorim e Doriel Barros, ambos ligados aos trabalhadores rurais, no caso de Doriel, e ao MST, no caso de Rosa. Hoje eles formam com o prefeito João Paulo a bancada do PT que só vota contra a governadora se ela propuser algo contra os seus princípios, como afirmam.

Pergunta que não quer calar: Raquel vai conseguir por em prática todos os projetos que encaminhou e foram aprovados na Assembléia?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br – terezinhanunescosta@gmail.com

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