Codevasf sai do controle nordestino para beneficiar presidente do Senado

 

Amapaense, senador Davi Alcolumbre vai dar as cartas na Codevasf

A Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, criada há 51 anos através da Lei n.o 6088/1974, para “promover o desenvolvimento regional de forma integrada e sustentável, contribuindo para redução das desigualdades “, como estava no texto que levou à sua aprovação no Congresso Nacional, visava, e o fez por décadas, atingir através de projetos,  a bacia hidrográfica do Rio São Francisco com obras de infraestrutura, acesso a água, projetos de irrigação, revitalização do meio-ambiente e a construção de soluções em economia sustentável. Por isso foi sempre administrada por nordestinos havendo verdadeira corrida entre os políticos regionais pelo controle da Companhia, uma estatal federal.

A partir do ano 2000 e o interesse crescente dos deputados e senadores que viram nela uma maneira de aplicar de forma mais rápida os recursos de emendas parlamentares, sua atuação foi estendida, através de diversas leis, ao ponto de hoje atingir 16 estados.  Apesar disso, o atual presidente é o baiano Marcelo Moreira, indicado pelo deputado federal da Bahia Elmar Nascimento, do União Brasil. Na semana passada, porém, o Governo Federal deixou vazar para a imprensa que Marcelo Moreira vai deixar o cargo que será ocupado por Lucas Felipe Oliveira, indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do Amapá, também do União Brasil.

“Alcolumbre hoje está mais forte que o União Brasil”- comentou para este blog um deputado federal do partido, destacando o fato de que ele está dominando toda a área destinada à legenda no Governo Federal. O senador ganhou mais força depois que decidiu adiar a instalação da CPMI do INSS. Nos corredores do Congresso Nacional, todavia, há outras explicações como a de que , cada vez mais infiel ao presidente Lula,  o União Brasil não está tendo mais tanto interesse nos cargos públicos, sobretudo diante da impopularidade do presidente, o que só favorece o senador amapaense. Há quem diga, inclusive, que Elmar Nascimento não resistiu à perda do espaço na presidência da Codevasf.

Professores e prefeitos aguardando a Alepe

Os deputados estaduais, que já começaram a ser procurados pelos prefeitos preocupados com a paralisação da Assembleia   e a impossibilidade de receberem recursos do estado para as festas juninas, já se preparam para a mesma pressão que está por vir dos professores estaduais que dependem da aprovação da casa para receber o aumento prometido pela governadora Raquel Lyra na mesa de negociações com a categoria. O presidente da Assembleia, deputado Álvaro Porto, garantiu a este blog que vai pautar os dois assuntos tão logo os projetos cheguem na casa: “não vai ser por falha nossa que a governadora possa vir a não atender aos prefeitos ou professores . Temos todo interesse em ajudar”.

Pauta trancada não ajuda

Há, porém, outro empecilho pela frente: como a pauta está trancada, a pedido do próprio Governo, para que o empréstimo do Arco Metropolitano e da 232 sejam colocados em votação no plenário – o que não ocorreu até agora – qualquer outro projeto só poderá ser votado após os dois citados. Ou seja, a saída é o diálogo entre Legislativo e Executivo que até agora não andou. Tinha um encontro marcado para esta quinta com a mesa diretora mas foi adiado para a semana que vem.

Quem vai conseguir  interromper a queda de braço entre a Alepe e o Palácio que só tem prejudicado o estado? 

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com/ redacao@blogdellas.com.br

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