Clássico em Caruaru desafia Raquel

 

A pouco mais de uma semana da eleição, o município de Caruaru se prepara para viver a eleição mais acirrada de sua história e, pela primeira vez, com rebatimento estadual. Terra da governadora Raquel Lyra e com a disputa no Recife cada vez mais morna diante de uma esperada vitória do prefeito João Campos logo no primeiro turno, a chamada “ capital do agreste “concentra, neste momento, todas as atenções dos pernambucanos. Afinal, se vencer o pleito com seu afilhado, o atual prefeito Rodrigo Pinheiro, a governadora sai fortalecida para enfrentar sua candidatura à reeleição em 2026. Se perder, o que é menos provável pela média das pesquisas mas não impossível, Raquel enfrentará dificuldades para montar o seu palanque daqui a dois anos.

Precisava a governadora praticamente se mudar para Caruaru nesta reta final para vencer uma eleição em sua cidade, da qual saiu consagrada em 2022? Certamente que não, não fossem os problemas criados pelo próprio prefeito ao longo da jornada e a falta de pulso da governadora para colocar os pontos nos iis desde o começo. Vencendo Rodrigo, a eleição caruaruense vai protagonizar o exemplo bíblico do “escrever certo por linhas tortas”. O prefeito ensaiou voo solo, namorou com partidos adversários da governadora e houve um momento em que se aguardava um rompimento entre os dois. Dava claros sinais de que queria perder mas estava na verdade convencido de que venceria no primeiro turno construindo uma aliança que só ele tinha na cabeça. E deu no que deu.

Entre idas e vindas acabou se rendendo e hoje, em que pesem as pesquisas que dão um empate técnico entre ele e seu  principal adversário, o ex-prefeito José Queiroz, não está completamente afastada a possibilidade do pleito ser encerrado no primeiro turno. O estatístico e analista político, Maurício Romão, que faz a consolidação das pesquisas de todos os institutos diz que neste mês de agosto, Rodrigo sempre esteve á frente de Queiroz e na média das pesquisas teria 41,0% contra 35,9% de Queiroz. Mas ele cita outros fatores que poderiam levar o prefeito a vencer logo no dia 6: “é muito bem avaliado, tem pouca rejeição e está sempre à frente nas pesquisas.

Votos de manada

O prefeito teria também a possibilidade de receber os chamados “votos de manada” daqueles eleitores que migram na última hora para quem acham que pode ganhar. Além disso o terceiro lugar é do deputado federal bolsonarista Fernando Rodolfo (PL) . Seus atuais 7 por cento de intenções de votos podem se reduzir caso eleitores seus, não muito convictos, decidam votar em Rodrigo, considerando que tem mais chance e perfil mais à direita do que José Queiroz, que é apoiado por Lula e pelo PT.

Poucas pesquisas

O resultado da eleição no Recife é tão certo que os institutos de pesquisa estão deixando de priorizar a capital em seus levantamentos. Só tem pesquisa agora na próxima segunda e não há previsão de institutos como Datafolha. Quaest publica levantamento segunda e Paraná Pesquisas dia 02. Não há mais registros no TSE depois desse dia sobre o Recife. Já em São Paulo estão saindo umas três por dia.

Lula cede a Boulos

O presidente Lula finalmente cedeu aos apelos de Guilherme Boulos e vai a São Paulo no sábado dia 05 fazer campanha com ele. O que consta nos meios políticos é que, mesmo estando em segundo lugar, Boulos têm receio de ser ultrapassado por Pablo Marçal e não chegar sequer ao segundo turno. São as chamadas “neuras” normais em véspera de eleições mais duras. Já a turma do prefeito Ricardo Nunes tem receio de Marçal acabar em primeiro, o que é mais difícil, e ir com Boulos para o segundo turno. O consumo de calmantes está nas alturas.

Quem vai sair mais satisfeito com o resultado do primeiro turno no estado como um todo: João Campos ou Raquel Lyra?

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