Candidatos a prefeito do Recife fazem debate com propostas e críticas a dois dias da eleição
Quem ficou acordado até as 24 horas desta quinta-feira, pode, finalmente, ter uma idéia melhor do que pensam e que bandeiras defendem os quatro principais candidatos a prefeito do Recife – João Campos (PSB), Dani Portela (PSOL), Daniel Coelho (PSD) e Gilson Machado (PL) – reunidos no debate promovido pela Rede Globo. Apesar de algumas palavras mais duras usadas por Gilson Machado para cobrar do prefeito sobre o assunto mais badalado desta eleição, que foi a entrega de creches municipais a entidades comandadas por vereadores ( o assunto está sendo investigado), o debate foi civilizado e com tempo mais do que suficiente para perguntas e respostas.
Com duas horas disponíveis em sua grade para a sabatina, a Rede Globo foi tão generosa no tempo que teve candidato que nem precisou usar todo período disponível, encerrando a fala antes do cronômetro ser acionado. Como era de se esperar, o prefeito João Campos foi o alvo de todos, inclusive da candidata do PSOL, Dani Portela que lhe cobrou a presença de Lula em sua propaganda e o fez se declarar “progressista de centro-esquerda”, tudo quer ela queria para conquistar votos do PT. João, em alguns momentos, ficou inquieto e chegou a pedir direito de resposta quatro vezes mas nenhuma delas foi concedida. Ele passou então, e se deu muito bem, a falar de tudo que estava fazendo no Recife e do que planejou para os próximos quatro anos.
De uma coisa João Campos não pode fugir: do tempo usado por Dani Portela para tentar tirar votos dele na esquerda e de Gilson Machado para tirar votos de direitistas que hoje ainda estão com o prefeito. Em alguns momentos Dani e Gilson protagonizaram discussões sobre Lula e Bolsonaro, como se a eleição presidencial fosse hoje. O candidato Daniel Coelho se destacou na apresentação de propostas mas também foi contundente nas cobranças ao prefeito e chegou a rebatê-lo quando o mesmo reclamou que todos só sabiam criticar: “estamos em espaço democrático. Aqui se mostra propostas mas também são feitas críticas de forma civilizada e não adianta apelar para o mimimi”- respondeu.
O discurso de cada um
O espaço das considerações finais foi importante com cada candidato falando da sua vida, do que já fez, do que pretende fazer, com uma diferença: enquanto João Campos pediu voto para continuar, os demais pediram ao eleitor para levar a eleição para o segundo turno, coisa até o momento improvável se no domingo as pesquisas confirmarem suas projeções. Mas, da mesma forma que não respondeu os questionamentos sobre as creches, reforçando apenas que quem tiver culpa será punido, o prefeito João Campos tergiversou quando respondeu a Dani Portela sobre a ausência de Lula em sua campanha: “meu objetivo principal é governar o Recife e buscar a reeleição, expressando gratidão pelas parcerias estabelecidas com o Governo Federal sob a liderança de Lula” – foi o que concluiu e mais não explicou.
Dani Portela e Gilson Machado vão mesmo conquistar votos de esquerdistas e direitistas hoje dispostos a votar em João Campos?
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