Cada vez mais presentes na política, evangélicos têm influência medida em pesquisas

 

Pesquisa realizada em abril pela Plural, no Cabo de Santo Agostinho, contatou que o percentual de evangélicos naquele município já chega aos 39%, superando os católicos que são 37%. Cabo tem importância estratégica na Região Metropolitana e é o primeiro grande município dessa área onde os evangélicos já assumiram o primeiro lugar em preferência religiosa. “A partir de agora quem fizer pesquisa eleitoral sem medir a representatividade dos evangélicos pode se dar mal”- comenta um deputado estadual, bem votado na RMR. Até recentemente esse componente vinha sendo deixado de lado mas, pelo visto, não será mais, sobretudo no litoral, onde a presença evangélica é mais expressiva que no interior.

A votação que Jair Bolsonaro teve nos municípios metropolitanos – no Recife teve 43,68% dos votos no segundo turno – seria decorrente em grande parte, segundo analistas, da influência dos evangélicos na preferência da população da capital. Na eleição para governador em primeiro turno o candidato evangélico, Anderson Ferreira conseguiu 24,03% dos votos do Recife só sendo superado por Raquel Lyra que teve 24,33% e ficou em primeiro lugar. Mas a diferença entre os dois foi mínima : de apenas 2.715 votos.

Doutor em Demografia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG, o sociólogo José Eustáquio Diniz Alves, diz que em 2022 os católicos eram 49,9% da população brasileira enquanto os evangélicos somavam 31,8%, prevê para 2032 “ou até antes disso “ a predominância evangélica no país . Segundo ele, isso está ocorrendo devido “ao ativismo evangélico, à passividade católica, e à maior interação entre Igreja Evangélica e Política”. Além disso, assumindo a pasta de costumes, os evangélicos passaram a se contrapor à esquerda com discurso consistente que atrai o eleitor mais conservador nos grandes centros.

PP e PL se fortalecem

Aqui em Pernambuco a força evangélica está concentrada em dois partidos: PP do deputado federal Eduardo da Fonte e o PL, do ex-prefeito de Jaboatão Anderson Ferreira. Por conta disso, eles não só formaram bancadas expressivas na Assembléia como elegeram os mais votados na Alepe e na Câmara Federal. Na Assembléia o campeão de votos foi o pastor Junior Tércio (PP) e na Câmara Federal foi o deputado André Ferreira (PL). A deputada Clarissa Tércio (PP) ficou em segundo lugar entre os deputados federais eleitos. Hoje dois municípios metropolitanos são administrados por evangélicos: Jaboatão e Olinda.

Lula sanciona projeto de Humberto

Esta segunda-feira o presidente Lula sanciona projeto de lei do senador Humberto Costa que torna permanente a política de saúde bucal no SUS. O projeto, aprovado no Congresso, vai virar lei após a sanção presidencial. “Saúde bucal não é só devolver saúde dentária. É, também, desenvolver a autoestima, a vontade de sorrir, se olhar no espelho, sentar à mesa para comer com amigos e familiares sem sentir vergonha” – diz Humberto, ressaltando que quando foi ministro da saúde no Governo Lula desenvolveu o projeto Brasil Sorridente e o SUS passou a ser o maior empregador de dentistas no país. Esse programa teria sido desestruturado e agora vai entrar com força por contar com legislação específica.

TCE no plenário

A Assembléia Legislativa pode escolher ainda esta semana o novo conselheiro do TCE que vai ocupar a vaga do conselheiro Carlos Porto, aposentado na semana passada. Até agora só tem um candidato inscrito para disputar a vaga, o advogado Eduardo Porto, filho de Carlos. Ele conseguiu a anuência de todos os deputados ao requerimento pelo qual comunicou a sua candidatura à mesa-diretora da casa. A segunda vaga esperada ainda não foi aberta mas isso deverá acontecer nos próximos dias com a aposentadoria da conselheira Teresa Duere.

Pergunta que não quer calar: quem vai vencer a disputa pela segunda vaga de conselheiro do TCE?

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