Blocos partidários buscam composição para disputar mesa diretora da Alepe

 

“Este jogo ainda não foi jogado”- afirmou a este blog, há 15 dias, um experiente deputado estadual, explicando que, na verdade, só depois na segunda quinzena de janeiro vai se ter uma idéia clara do desenrolar da eleição da mesa diretora da Assembléia que será escolhida no dia 1.o de fevereiro, quando tomarão posse os deputados eleitos para a nova legislatura que se inicia nesse dia e vai até fevereiro de 2027.

Esta semana ficou evidente que o burburinho inicial criado por um grupo de deputados – a maioria de primeira legislatura – que se reuniu diversas vezes para tentar formar uma chapa, com base em pleitos individuais e não partidários, está com os dias contados. Os partidos que sempre definem a composição da mesa, negociando lugares para suas bancadas, começaram a se movimentar com este objetivo e mostrar força. Depois que o PP e o União Brasil formaram um bloco de apoio à governadora Raquel Lyra outro começou a ser gestado juntando PL, Republicanos e Solidariedade.

Por si só a esquerda vem se reunindo com o mesmo objetivo: o PSB e a Federação PT, PcdoB e PV e possivelmente o PSOL e Rede, tendem a marchar juntos. Como o PSB perdeu o poder e parte de sua bancada se dispõe a apoiar a nova governadora, os socialistas, que têm o maior número de deputados – 13 – dificilmente teriam chance de eleger o presidente mas podem dar a vitória para o lado que abraçarem. De concreto se tem atualmente as pré-candidaturas a presidente dos deputados Antonio Moraes (PP) e Álvaro Porto (PSDB) e uma penca de candidatos a primeiro-secretário, o chamado “prefeito do parlamento” pois administra o orçamento.

Raquel vai interferir?

Dificilmente um governador fica alheio à direção do legislativo da qual depende para ter um bom relacionamento com a casa. Na época do PSB nada se discutia e o prato chegava pronto, gestado nos gabinetes do Palácio do Campos das Princesas. Agora é diferente. Raquel já deixou claro que só vai pensar nisso após a posse – até lá cuida da formação do secretariado – e, mesmo que vá se meter, certamente, percorrerá um caminho diferente dos socialistas até mesmo considerando a necessidade de formar maioria na Alepe e pregar a união de Pernambuco. Pode não estar disposta a se desgastar e agir só se for absolutamente necessário.

PT do Nordeste prestigiado

A indicação do senador Welington Dias, do PT do Piauí, para o ministério do desenvolvimento social, que estava prometido a Simone Tebet, é mais uma demonstração do quanto o presidente Lula tem agradecido a seu partido no Nordeste pela grande votação que teve na região. Ele já tinha anunciado os senadores do Maranhão Flávio Dino (Justiça) e do Ceará Camilo Santana(Educação), para sua equipe, além do ex-governador da Bahia, Rui Costa, para ministro da Casa Civil.

Paulo e Wolney na espera

Ao anunciar uma nova leva de ministros esta quinta-feira o presidente brincou com quem está na lista de espera “não percam as esperanças ainda falta escolher o restante”. O restante são nada mais nada menos que 16 dos 37 ministérios prometidos. Na espera em Pernambuco permanecem o governador Paulo Câmara, do PSB, e o deputado federal Wolney Queiroz, do PDT. Uma fonte petista adiantou a este blog que Paulo deve ser aproveitado em um órgão federal. Já Wolney foi indicado pelo PDT mas ainda não se sabe para que pasta. Se for Trabalho pode ser que o presidente do partido Carlos Lupi queira assumir deixando Wolney de fora.

Pergunta que não quer calar: a esquerda vai se entender na Assembléia na oposição à governadora Raquel Lyra?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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