Após controlar metade das prefeituras do PSDB de São Paulo, Kassab aguarda Raquel
Um dos políticos mais sagazes na presidência de um grade partido nacional, Gilberto Kassab, que preside o PSD, – aqui dirigido pelo ministro André de Paula – está conseguindo assumir o espólio do PSDB de São Paulo que se desfaz a olhos vistos, após a saída do ex-governador Geraldo Alckmin. Segundo o jornal O Globo, ele controla, no momento, mais de 329 prefeituras paulistas, antes tucanas, e além da boa conversa e da sua lealdade que é muito elogiada entre os políticos nacionais, ele traz implícitos argumentos irretocáveis: comanda a secretaria de Governo – a mais importante politicamente – do governador Tarcísio de Freitas, lançado na política por Jair Bolsonaro, e levou o seu partido para a base base de apoio do presidente Lula com o comando de nada menos que 3 ministérios.
Hoje, o que se comenta nos bastidores brasilienses, é que Kassab mira o PSDB de Pernambuco, sonhando em conquistar a governadora Raquel Lyra e o peso que imagina que ela possa ter em todo o Nordeste, filiando-se ao PSD e mantendo a boa relação com o Governo Lula. O ministro André de Paula que, com as bênçãos dele , se afastou politicamente do prefeito João Campos e levou seu partido “inteiro”, como diz, para a base de Raquel, não nega que a governadora, se assim desejar, será recebida de braços abertos na legenda. E até já dá os motivos : “estamos absolutamente alinhados com ela – disse a este blog. “Em 100% dos municípios vamos estar com a governadora em 2024”- afirmou, sem titubear, após trazer para a base de Raquel o ex-prefeito de Petrolina Júlio Lóssio, o que vai permitir a união em torno dela de toda ou quase toda a oposição municipal.
E se havia ainda alguma dúvida sobre isso, André teria aconselhado o atual prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, segundo apurou este blog com uma fonte caruaruense, que se desejasse ter o apoio do PSD para sua reeleição, como solicitou, procurasse a governadora e se entendesse com ela. “Se ela lhe der o aval não precisa nem voltar aqui. Estará fechado”- teria dito o ministro, encerrando o assunto. Além de ter possibilidade de estar em um partido da base de Lula com uma abertura dessa para exercer a política, o PSD teria a oferecer à governadora o respaldo de uma sigla que tem 16 senadores (maior bancada do senado) e 42 deputados federais.
Os caminhos de Kassab até Raquel
Embora tenha estreitado os laços com Raquel, logo depois que ela foi eleita, tendo dito ao ministro André de Paula antes de fechar o acordo pernambucano recente – “o caminho é esse. Ela é forte, competente, tem futuro, valores, e é corajosa”- Kassab conheceu a governadora ainda no primeiro turno da campanha de 2022. Avisou a André que ele poderia ser rifado pelo PSB da chapa majoritária e o aconselhou a buscar outro caminho. André então levou até ele, separadamente, Miguel Coelho, Marília Arraes e Raquel, todos interessados em tê-lo como candidato a senador mas acabou fechando com Marília junto com o deputado federal Sebastião Oliveira. Hoje Kassab tem ajudado Raquel a celebrar parcerias em São Paulo para ajudar o caminho do Governo pernambucano.
Não se aposta em saída imediata
O PSDB de Pernambuco não fez sua convenção estadual junto com outros estados. Isso foi tido como um dos sinais de que a governadora pode mesmo abandonar o ninho, não tendo sequer comparecido ao último encontro da executiva nacional. Raquel está ciente de que a legenda vai mesmo rumar para a oposição forte a Lula e não deseja passar por esse constrangimento, após ser tão afagada por ministros e pelo próprio presidente. Mas ninguém aposta sobre quando isso vai ocorrer ou se ela vai se desfiliar e só entrar em outro partido mas para a frente. O que há de acertado, contudo, é que deseja ver o partido fortalecido em 2024. Hoje a maior legenda de apoio ao Governo é o PP que tem oito deputados estaduais e deve chegar a dez no momento da janela partidária para 2026. Também tem quatro deputados federais. O PSD não conseguiu eleger deputados no estado em 2022 quando André foi candidato ao senado.
De olho na LOA, Governo reúne deputados
No final da tarde desta terça-feira, o Governo do Estado promove um encontro dos deputados estaduais – situação e oposição foram convidados – para discutir o projeto da LOA – Lei Orçamentária Anual – que a governadora enviou para a casa. O objetivo é uma conversa franca a ser comandada pelo secretário do planejamento, na própria sede da pasta, para dar explicações e dirimir dúvidas. Chegou aos ouvidos do Palácio a informação de que deputados de oposição estavam desejando, como fizeram com a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), apresentar emendas que, depois de aprovadas, precisem ser vetadas por inconstitucionalidade, criando mais desavenças entre as partes.
Túlio pode enfrentar Robeyonce
O deputado federal Túlio Gadelha precisa que o partido REDE, de Marina Silva, ao qual é filiado, o libere, oficialmente, se desejar se filiar ao PDT e ser candidato a prefeito do Recife. Comenta-se no meio político que, mesmo assim, ele corre um risco: enfrentar a primeira suplente da Federação REDE/PSOL, Robeyoncé, que teve 80 mil votos para deputada federal e é representante das mulheres Trans, com possibilidade de ter o apoio nacional do movimento.
Pergunta que não quer calar: E Raquel, vai optar pelo PSD ou PDT?
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