Apoio do PDT a Raquel trouxe mais problemas que soluções

No dia 8 e fevereiro deste ano, a governadora Raquel Lyra e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, discursaram no Palácio das Princesas na solenidade de posse do novo secretário estadual da criança e da juventude, Ismênio Bezerra, indicado por Lupi. Além de Lupi estiveram presentes o ex-deputado federal Wolney Queiroz e o atual deputado federal Túlio Gadelha,(Rede) ao qual Lupi, tempos depois, declararia apoio do partido para sua pré-candidatura a prefeito do Recife. O evento celebrado como uma aliança política do PSDB de Raquel com o PDT de Lupi, se revelou tempos depois um problema e não uma solução.

O PDT no Recife não assumiu compromisso com o candidato da governadora, Daniel Coelho, e em Caruaru manteve a candidatura a prefeito de José Queiroz, sem o apoio de Raquel. Como se pode imaginar uma aliança política que não é confirmada em dois dos mais importantes municípios do estado? Mas as surpresas não acabaram por aí. Lupi prometeu a Raquel que o PDT faria parte de sua base de apoio liberando a legenda para composição em outros municípios pernambucanos. Não se tem ainda um levantamento da situação geral no estado mas esta terça-feira a aliança se acabou num dos principais municípios sertanejos, Araripina. Confiando na promessa feita pelo presidente do PDT à governadora, o prefeito Raimundo Pimentel filiou quase todo seu grupo político ao partido, incluindo Ana Paula Ramos, sua pré-candidata a prefeita, e ele próprio.

No último dia 10, no entanto, a direção nacional do PDT, atendendo a solicitação do vice-prefeito de Araripina, Evilásio Mateus, que também se colocou como candidato a prefeito à revelia de Pimentel, com o qual está rompido, destituiu a direção local do partido, transferiu para o dia 27 deste mês a convenção que Raimundo marcara para o dia 20 e decidiu que o candidato a prefeito seria escolhido por votação de todos os filiados. Raimundo que tinha o controle da direção municipal mas não dos filiados muito mais ligados a Evilásio e ao ex-prefeito Lula Sampaio, que agora estão juntos. Raimundo ainda aguardou uma solução mas não conseguiu e esta terça denunciou o que chamou de “golpe” e, não podendo continuar com sua candidata a prefeita Ana Paula Ramos, filiada ao PDT, de última hora, foi buscar no Podemos a vereadora Camila Modesto para substituí-la.

Uma confusão só

Em Araripina, onde o prefeito é muito bem avaliado, além da candidatura do vice Evilásio Mateus há mais dois nomes na disputa: a deputada estadual Roberta Arraes (PP) e o empresário Tião do Gesso. Raimundo Pimentel terá que correr contra o tempo para fazer o nome de Camila Modesto nas vésperas das convenções. Tentou afastar o vice do páreo para tornar sua candidata Ana Paula mais forte mas não conseguiu. Como não tem dois turnos em Araripina quanto mais candidatos se apresentarem melhor para o prefeito e seu grupo. Há, porém, dois obstáculos para serem enfrentados por Camila Modesto: a deputada Roberta Arraes que teve 15 mil votos para deputada estadual no município e o vice-prefeito que acabou com a candidatura confirmada.

Túlio Gadelha teria trazido Lupi

Até hoje não se sabe quem aproximou Lupi de Raquel mas depois que o deputado federal Túlio Gadelha esteve no evento em que o PDT se juntou à governadora desconfia-se que ele foi esse fiador. Quando menos, colocou os dois para conversar. Raquel tinha interesse em que Túlio disputasse a eleição no Recife e trazer o PDT para o seu palanque era importante porque o partido fizera a vice de João Campos no primeiro mandato, Isabela de Gusmão. Nessa de ficar com Túlio, Lupi não cuidou de se comprometer com Daniel Coelho. Agora Túlio não vai ser candidato – a Federação PSOL/Rede escolheu a deputada estadual Dani Portela (PSOL) – mas o PDT de Wolney Queiroz, presidente estadual, deve oficializar a ida para o palanque de Campos.

Secretários na Alepe

Esta quarta-feira, os secretários de planejamento, Fabrício Marques, o da fazenda, Wilson de Paula e a de Administração, Ana Maraísa vão participar na Assembléia de uma reunião conjunta das comissões de Justiça, Finanças e Administração para tirar dúvida dos deputados sobre os sete projetos enviados pela governadora Raquel Lyra, no final do prazo regimental do primeiro semestre. Como não deu tempo de apreciar as matérias antes do recesso dos parlamentares, Raquel convocou a casa, em período extraordinário, para analisar e votar as matérias.

Afinal, o que Lupi prometeu mesmo a Raquel sobre a aliança que fizeram e não vem se confirmando?

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