Antecipando 2026, Raquel Lyra e João Campos vão para o embate na Alepe esta terça-feira

Com um encontro eleitoral assegurado para 2016, a governadora Raquel Lyra e o prefeito João Campos fazem um primeiro teste esta terça-feira quando a Assembléia vai escolher o novo conselheiro do Tribunal de Contas. De um lado, tem o deputado Joaquim Lira(PV), que recebeu esta semana o apoio da governadora, após a desistência de sua preferida Débora Almeida(PSDB) e do deputado Kaio Maniçoba(PP), e do outro, o deputado Rodrigo Novaes, apoiado pelo prefeito e pelo presidente da Assembléia, Álvaro Porto. Se antes travou batalhas particulares com Álvaro, tendo perdido algumas e ganhado outras, o desafio da governadora desta vez é maior: estão aliados os dois principais adversários que ela tem hoje na política.

De João ela não poderia se livrar pois ele é representante do principal partido de oposição a seu governo, o PSB, já Álvaro é do PSDB, mesmo partido dela. Os amuos entre os dois são creditados pelos deputados estaduais muito mais ao Palácio das Princesas, que não compreendeu o movimento de independência da Alepe, orquestrado sob o comando do atual presidente, passando a encará-lo como um desafio ao comando governamental, quando deveria ter colocado panos mornos e aberto diálogo, do que ao temperamento do novo presidente tido como difícil nos corredores palacianos.

– “Dois bicudos não se beijam” – afirma um deputado estadual da chamada bancada independente da Assembléia sobre as dificuldades de entendimento entre Raquel e Álvaro desde que ele se lançou candidato a presidente quando ela tinha em mente o deputado Antonio Moraes, do PP, por achar que, para quem acabara de ser eleita com o apoio inicial de apenas três deputados, seria estranho ter um comandante do Poder Legislativo do mesmo partido. Já Álvaro tem dito, a respeito, que se a governadora tivesse se antecipado e pedido para ele desistir da presidência em nome da governabilidade ele teria declinado. Como, porém, ela demorou demais – aliás o Palácio tem se mostrado lento em todas as decisões – ele teria considerado impossível um recuo pelos compromissos assumidos.

Rodrigo Novaes foi um deles

O presidente diz que assumiu um compromisso com Rodrigo para o TCE, como parte do acordo para ganhar a presidência e não ia voltar atrás. Disse isso a própria Raquel na frente testemunhas quando, em um almoço palaciano, ela lhe pediu para convencer Rodrigo a declinar da candidatura. Na ocasião, Álvaro afirmou, segundo apurou este blog, que não poderia atende-la pelo compromisso assumido e sugeriu que ela própria o fizesse, tendo Raquel respondido: “eu nunca tratei desse assunto com o deputado e nem assumi compromisso com ele” completando que só ele, presidente da casa, estava credenciado para essa tarefa. Álvaro teria feito ouvidos de mercador.

A força de João

No caso do TSE, Raquel liberou os deputados governistas para votar em Eduardo Porto, sobrinho do presidente, para a primeira das duas vagas abertas mas para a segunda ela entendia que deveria ser escolhida uma mulher, a deputada Debora Almeida, uma vez que Teresa Duere, que ocupou o lugar agora vago, era a única representante feminina entre os sete membros do colegiado. Não conseguiu seu intento com a permanência da candidatura de Rodrigo. Débora então desistiu e o Palácio patrocinou um acordo entre os deputados Joaquim Lira e Kaio Maniçoba, que fazem parte da base, tendo Kaio desistido e apoiado o colega,

Quem ganha

Ontem deputados ouvidos pelo blog informaram que a eleição terá resultado imprevisível pelas duas forças em confronto. Além disso, como o voto é secreto, a previsão é de que haja surpresas de um lado e do outro nas listas de apoio que Joaquim e Rodrigo prepararam para consumo interno. “quem ganhar será por uma diferença de 2 a 3 votos “ opinou um parlamentar veterano e como muita experiência em votações secretas na casa. Só esta segunda-feira vai ser possível ter mais clareza sobre o que vai acontecer amanhã.

Pergunta que não quer calar: Raquel terá força para impor uma derrota a João Campos e Álvaro Porto, ao mesmo tempo?

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