Alianças com PP e PL, em detrimento de legendas mais ao centro, aumentam críticas a Raquel

 

Ao se compor, em primeiro lugar, com o PP e o PL para fazer crescer sua base na Assembléia, a governadora Raquel Lyra (PSDB) abriu o flanco para críticas da esquerda a um suposto “bolsonarismo” como registrou este final de semana, em suas redes sociais, a ex-deputada federal Marília Arraes(Solidariedade), por ela derrotada na eleição do ano passado. No instagran Marília acusa a governadora de entregar a secretaria de educação ao PL e acrescenta “agora deixa o Detran de porteira fechada nas mãos de representantes do genocida e seu partido”.

Apesar de não ser verdade que a secretaria de educação está com o PL, embora a nova secretária tenha ocupado o mesmo espaço na Prefeitura de Jaboatão, também é exagero dizer que o Detran foi entregue “de porteira fechada”. O PL indicou o presidente e um diretor mas há mais dois diretores que devem ficar com técnicos apolíticos ou com representantes de outras legendas. De qualquer forma, a governadora só teve a solidariedade do PL e do PP, além do seu próprio partido, o PSDB, na luta pelo controle das principais comissões da Alepe. Deputados do União Brasil, Republicanos e Solidariedade (ironicamente o partido de Marília) ajudaram mas as legendas, como um todo, permanecem independentes.

Comenta-se na Assembléia que a governadora deve ampliar seu leque de apoios mas, certamente, não tem o PSB e o PT em seu radar, o que a fará rumar mais para o centro e a direita do espectro político “É natural que ela procure a partir de agora legendas como União Brasil que tem cinco deputados, o mesmo número do PL , o Republicanos, e que, dependendo da questão jurídica, consiga que os atuais deputados do Solidariedade migrem para sua base se filiando ao Podemos”. De esquerda mesmo, Raquel tem o apoio apenas do deputado federal Túlio Gadelha(Rede) e busca um contato direto com o presidente Lula. Convidou-o para almoçar com ela próxima quarta no Palácio, quando estará em Pernambuco.

União tem Bivar, Miguel e Mendonça

Parece ter havido um sinal trocado quando a governadora se aproximou do União Brasil, através do deputado federal Luciano Bivar, sem fazer o mesmo com Miguel Coelho e Mendonça Filho. Hoje, Bivar só tem o apoio de um dos cinco deputados do partido, três são ligados a Miguel e o quinto, o deputado Romero Albuquerque, é independente. Mendonça, por sua vez, acabou de conquistar o comando do partido no Recife, sendo peça fundamental para a eleição de 2024 na capital. O MDB, que acaba de conquistar a Junta Comercial, deve conseguir outros espaços. O deputado estadual Jarbas Filho, mesmo filiado ao PSB, apóia Raquel.

Tony Gel no circuito

O ex-deputado estadual Tony Gel, sem partido desde que se desfiliou do PSB, deve demorar a se definir por uma nova legenda, apesar de seu filho Tonyninho continuar no MDB e de ele próprio ter ido à Convenção do partido este sábado. Tony sonha com a possibilidade de ser eleito conselheiro do Tribunal de Contas na vaga da ex-deputada Teresa Duere e o melhor é estar sem partido. Como a vaga é da Assembléia e ele é muito querido na casa é pule de 10 se conseguir o apoio de Raquel. Por enquanto, porém, o Palácio torce por uma mulher para que o TCE continue com uma figura feminina.

Lula e Bolsonaro na avaliação popular

Este final de semana o jornal O Globo mostrou a primeira pesquisa de avaliação do Governo Lula feita pelo IPEC. Nela o presidente tem 41% de bom e ótimo; 30% de regular e 24% de ruim e péssimo. Os questionários foram aplicados dias 2 a 6 de março. Quando Bolsonaro assumiu o governo em 2019 a primeira pesquisa foi feita em fevereiro pela CNT. O ex-presidente tinha na época 38,9% de bom e ótimo; 29% de regular e 19% de ruim e péssimo. Lula está pior avaliado do que nos seus dois primeiros mandatos nesse mesm período de administração. Em março de 2003 tinha 51% de bom e ótimo e apenas 7% de ruim e péssimo e em março de 2007 estava com 46% de bom e ótimo e 16% de ruim e péssimo.

Pergunta que não quer calar: Lula vai fazer crescer sua avaliação positiva para chegar aos níveis de seus dois primeiros mandatos?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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