Acusada de discriminar criança com deficiência ex-vereadora de Arcoverde é rejeitada pelos candidatos a prefeito
A ex-vereadora de Arcoverde, Zirleide Monteiro, que, num caso de repercussão nacional, renunciou ao segundo mandato em novembro de 2023 para não ser cassada após uma fala no plenário da Câmara em que afirma que uma mãe, sua adversária, tinha sido “castigada por Deus” por tem um filho com deficiência, continua a pagar caro pelo comportamento discriminatório, cada vez mais repudiado em todo o país.
Mesmo tendo, na época, pedido desculpas e dito, após a repercussão do caso, que estava arrependida e que se expressou mal, Zirleide, que é pré-candidata a vereadora, teve o seu apoio rejeitado pelos principais candidatos a prefeito do município este ano – Madalena Brito, do PSB e Zeca Cavalcanti, do Podemos. Madalena chegou a publicar nota oficial sobre o assunto e Zeca se valeu de uma nota oficial do PP municipal, partido que o apoia e ao qual Zirleide é filiada, para também negar palanque à ex-vereadora. Agora, se desejar concorrer, ela terá que fazer campanha solo, sem palanque majoritário.
Na nota em que se refere a um possível apoio de Zirleide, Madalena afirma: “mantendo o meu compromisso de sempre trazer a verdade ao povo da nossa cidade, informo a todos que a vereadora Zirleide Monteiro não está entre nossos apoios e adesões que nossa pré-campanha vem recebendo”. Na verdade, o caso da vereadora vem sendo motivo de muitas especulações nas redes sociais com notas apócrifas, ora dizendo que ela está com um ou outro candidato. Um áudio chegou a ser vazado no qual Zeca Cavalcanti afirma que não quer a ex-vereadora em seu palanque “de jeito nenhum”.
Zeca Cavalcanti não fez nota oficial mas o PP, que o apoiou, soltou comunicado assinado pelo presidente municipal do partido, Paulinho Galindo, dizendo serem “improcedentes ou fake news informações sobre uma suposta vinculação da pré-candidata a vereadora Zirleide Monteiro ao grupo do pré-candidato Zeca Cavalcanti”. Com a autoridade de ser o partido ao qual a ex-vereadora está filiada, o PP afirma que nas tratativas feitas desde o início com Zeca “por manifestação de ambas as partes, o nome da pré-candidata a vereadora nunca foi incluído nesse apoio”. E explica que “por respeito democrático, Zirleide foi liberada para apoiar outro candidato que melhor lhe conviesse”.
Zirleide é rejeitada pelos eleitores
Na última eleição para vereador em 2020, Zirleide ficou em terceiro lugar entre os vereadores mais votados no pleito em Arcoverde. Era natural que agora tivesse seu apoio disputado pelos candidatos. Seu nome, porém, passou a ser altamente rejeitado no município após a polêmica de 2023 e todo o noticiário que provocou, inclusive nas redes de TV nacionais, sem falar nas redes sociais. A manobra que ela fez renunciando para não ser cassada e perder os direitos políticos parece que não deu certo. Madalena e Zeca sabem da repercussão negativa que o apoio de Zirleide pode ter sobre suas candidaturas, sobretudo na Internet, e cuidaram de tirar o corpo fora. O PP, fez o mesmo liberando-a para tomar o rumo que desejasse.
Não quer falar
Da mesma forma que aconteceu em 2023, no auge da confusão em que se meteu, Zirleide não quer falar com a imprensa. O blogdellas ligou várias vezes para seu celular e ela não atendeu. Jornalistas de Arcoverde também não conseguiram localizá-la. Para relembrar o caso publicamos abaixo o vídeo de sua fala discriminatória proferida no plenário da Câmara Municipal. Ela renunciou quando a Comissão criada pela Câmara composta por três vereadoras para analisar o seu caso, aceitou denúncia contra a mesma. Em novo vídeo na época ela comunicou a renuncia e agradeceu os votos que recebeu no município.
Oposição não quer acordo
Embora tenha votado a favor da convocação extraordinária da Assembléia feita pela governadora Raquel Lyra – compareceram à Alepe 35 deputados mas só 28 chegaram a tempo no plenário para votar se manifestando por unanimidade – alguns deputados de oposição informaram a este blog, após a sessão, que não estão dispostos a negociar com a bancada do Governo a redução do prazo para emendas de forma que as matérias podem não estar aprovadas até o final do mês. Como o recesso acaba dia 1.o de agosto, se a votação não ocorrer até 31 de julho deve ficar para a primeira ou, no máximo, a segunda semana de agosto,
Debate nesta quarta
Nesta quarta, as comissões de Justiça, Finanças e Administração fazem reunião conjunta para que os secretários da fazenda, planejamento e administração expliquem cada um dos projetos aos deputados e respondam os questionamentos que ocorrerem. O Governo voltou a ter maioria na Comissão de Justiça mas pode não conseguir o mesmo na Comissão de Finanças. Isso será importante se a Oposição desejar votar contra qualquer um dos sete projetos do Executivo mas isso não está previsto. O que se comenta na casa é que as matérias são importantes para o estado e devem ser aprovadas inclusive pelas bancadas oposicionistas.
Quando o pagamento de emendas vai levar a Oposição na Alepe a negociar com o Governo?
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*Vídeo Reprodução UOL