Com 24 secretarias e 7 gabinetes, João Campos reparte atribuições e diminui espaço do PT
A reforma administrativa da Prefeitura do Recife, aprovada pela Câmara Municipal em primeira votação esta terça-feira, levou a uma redistribuição de atividades para definir o espaço de decisão dentro do Executivo que acabou esvaziando algumas pastas entre elas as duas reservadas ao PT – Habitação e Meio Ambiente. Havia no partido dos trabalhadores uma expectativa de que o prefeito, que tinha tirado o Promorar da pasta de Habitação antes de entregá-la à legenda há quase dois anos, trouxesse de volta o programa que cuida da requalificação e resiliência urbana em áreas de vulnerabilidade, e é financiado pelo BID, o que não aconteceu. Foi criado um gabinete específico para o Promorar ligado ao gabinete do prefeito.
Já a secretaria de meio ambiente, também entregue aos petistas, perdeu na reforma suas principais atribuições que eram o licenciamento e a fiscalização ambiental e as ações de preservação e proteção do meio ambiente, transferidas para a nova secretaria de Ordem Pública e Segurança. Agora a pasta de meio ambiente ficará encarregada de promoções de ações educativas, implementação de estratégias de sustentabilidade, projetos de ampliação das áreas verdes e gestão do Jardim Botânico. Ontem o clima no PT municipal não era dos melhores pois o secretário Oscar Barreto não gostou da mudança.
Embora a grande maioria dos vereadores, que formam a base governista, tenham elogiado a reforma, a oposição fez críticas. O vereador Gilson Filho(PL) disse que criar mais cinco secretarias – não citou os gabinetes cujos ocupantes têm nível de secretário – “não atende ao interesse público diante da situação da cidade que acumula uma dívida de R$ 1.8 bilhões a ser paga até 2040”. E afirmou que cada secretário vai ganhar R$ 22 mil de salário “o mesmo da governadora Raquel Lyra”. O líder do governo Samuel Salazar rebateu :“ o salário da governadora é R$ 40 mil”. Na verdade, Raquel é procuradora federal e optou pelo salário de procurador que tem este valor atualmente. Os secretários estaduais ganham R$ 20 mil mensais.
Raquel ainda na moita
Enquanto no meio político chovem especulações sobre as mudanças que a governadora vai fazer em sua equipe, Raquel continua em período de descanso em uma praia. Pelo menos até a tarde desta terça-feira ela continuava fora do Palácio das Princesas. De lá, porém, tem monitorado, por telefone, as ações da defesa civil na RMR e Interior onde tem chovido muito e feito consultas políticas também por telefone. A sua agenda vem sendo cumprida pela vice-governadora Priscila Krause.
Amupe e as eleições
Os prefeitos Lula Cabral, do Cabo de Santo Agostinho; José Martins, de João Alfredo; e Joel Gonzaga, de Feira Nova foram escolhidos na assembleia da Amupe com os prefeitos esta terça-feira para compor a comissão que ficará responsável pelas eleições no órgão com escolha de uma nova diretoria executiva e os conselhos fiscal e deliberativo. O pleito vai ser realizado no final do mês de fevereiro. São candidatos a presidente o atual ocupante do cargo, Marcelo Gouveia e o prefeito de Aliança, Pedro Freitas. Já a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, vem sendo citada como nome de consenso mas não falou que quer disputar.
A eleição da Amupe vai chegar a um bate-chapa ou haverá consenso como é comum na associação?
Redacao@blogdellas.com.br/terezinhanunescosta@gmail.com