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Gallup: Entre os mais pobres, fome no Brasil tem nível de países africanos

Sempre nos foi dito que o Brasil é um pais rico, com uma produção do tamanho de sua população. Mas a matéria publicada pela Folha de Sâo Paulo sobre a insegurança alimentar no nosso país é um alerta. Preocupa e exige ações urgentes para conter a fome que se alastra como uma pandemia de Covid.

A insegurança alimentar bateu recorde no final de 2021 e superou, pela primeira vez, a média global. E afeta mais mulheres, famílias pobres e pessoas entre 30 e 49 anos, comprometendo a atual geração de crianças . Entre os 20% mais pobres , o nível é próximo dos países com maiores taxas, como Zimbábue [80%]. Já os 20% mais ricos experimentaram queda [para 7%], ficando pouco acima da Suécia, país com menos insegurança alimentar.”

Segundo os dados do Gallup, analisados no Brasil pelo Centro de Políticas Sociais da FGV Social, a taxa saltou de 17% em 2014 para 36% no final de 2021. Pela primeira vez ela superou a média global (35%), aferida a partir de 125 mil questionários aplicados no mundo. Entre os 20% mais pobres brasileiros, 75% responderam afirmativamente que faltou dinheiro para a compra de alimentos nos últimos 12 meses.

Entre as mulheres, a taxa foi de 47%; e a 45% entre 30 e 49 anos — acima da média global.”A insegurança alimentar mais elevada nesses segmentos tem efeitos de longo prazo preocupantes por causa do maior número de crianças envolvidas e da desnutrição entre elas”, afirma Marcelo Neri, diretor do FGV Social.

“O que impressiona também é o aumento abissal da desigualdade de insegurança alimentar.Entre os 20% mais pobres, o nível é próximo dos países com maiores taxas, como Zimbábue [80%]. Já os 20% mais ricos experimentaram queda [para 7%], ficando pouco acima da Suécia, país com menos insegurança alimentar. “A pesquisa, do fim de 2021, não chegou captar a nova disparada dos preços dos alimentos neste ano, sobretudo após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia —grandes produtores de trigo e milho.

Pesquisa da Rede Penssan em dezembro de 2020 mostrou que, no total, mais da metade (55%) dos brasileiros sofriam de algum tipo de insegurança alimentar (grave, moderada ou leve).”O desemprego segue elevado e a renda, em baixa, sobretudo entre os informais. Temos um benefício social [Auxílio Brasil] menor do que em 2020 [quando chegou a R$ 600 mensais] e uma guerra entre dois grandes produtores de alimentos”, diz Maluf.”Para completar, não há política de governo estruturada contra a fome, só reações voluntariosas, com medidas pontuais, como a redução de tarifas de importação. Não há nenhuma razão para acharmos que as coisas possam melhorar.”

Segundo projeções da consultoria MB Associados, a inflação de alimentos neste ano deve chegar a 12%, bem acima do IPCA, contribuindo para agravar o quadro de insegurança alimentar.”Embora haja alguma desaceleração nos preços de commodities metálicas por conta da perspectiva de desaceleração econômica em Europa, China e Estados Unidos, os preços dos alimentos seguem outra dinâmica, com pressões persistentes e descoladas dos índices de atividade”, afirma Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados. Redação

Blog Dellas com informações e Foto da Folha de S. Paulo.

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