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Força e Arte: Diogum celebra o ferro em nova exposição no MAMAM

Diogum abre, neste sábado, 1 de fevereiro, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, a partir das 15h, a individual Ferro Ifé – O atlântico negro de Diogum. A mostra traz 60 obras do artista e segue o conceito da exposição homônima, realizada em julho de 2024, na Amparo 60. Ampliada no Mamam, trazendo um número grande de obras inéditas, a curadoria segue com Bruno Albertim e a produção é da Amparo 60, galeria que representa Diogum.

A mostra celebra a potência artística e espiritual do ferro e do metal, elementos centrais no trabalho do artista, e traz suas pesquisas mais recentes. “Desde setembro de 2024, comecei a estudar possibilidades de expressar obras com volume. Além de dar continuidade aos pêndulos, colares e orixás, trago, desta vez, obras com volume que dialogam com a tridimensionalidade e as abstrações. Tentando representar, em ferro, movimentos e mistérios da natureza”, explica Diogum.

Segundo o curador, o artista tem ganhando mais e mais intimidade com o ferro e seu domínio da matéria vai ficando ainda mais evidente. “Desde a mostra anterior, eu ressalto que Diogum consegue subverter o sentido histórico do ferro, que é uma matéria-prima que aprisiona, que aprisionou seus antepassados, e ele subverte o uso histórico deste material, amplia também esse ferro como elemento de ligação ancestral. Ele bebe da fonte da tradição da ferraria religiosa afro-brasileira, iorubá-brasileira, mas ele a amplia. Tendo agora elementos tridimensionais, elementos com a tridimensionalidade que aumenta, de certa forma, o caráter, o traço do ferro, a característica do ferro como elemento para o desenho dessas peças”, explica o curador.

O artista

Diogo José de Oliveira é filho de um exímio serralheiro do bairro de São José e teve desde cedo sua vida e a de sua família forjada por esse material tão simbólico. Na idade adulta, veio a percepção da ancestralidade, do poder libertador e das possibilidades que o ferro lhe dava como artista. Aquela matéria bruta, em suas mãos, ganha forma, se alonga, se espalha, dança, dialoga e traz elementos de sua ancestralidade.

“Eu procuro trazer leveza ao ferro, uma matéria-prima pesada, dura, e que lembra força. Tudo isso acontece de uma forma muito natural, através da minha identificação com esses símbolos, pois sou negro, filho de Ogum e esses temas fazem parte do meu cotidiano como capoeirista, ogã e criador de ferragens para o candomblé e jurema. Comecei representando a liberdade dos pássaros, e logo em seguida passei a representar orixás e outros encantados”, diz o artista.

Para o título da mostra, o artista e o curador trouxeram a expressão Ifé, que significa amor em Yorubá. “Ferro ifé!”, saúdam, assim, esse metal que é carregado de memória, luta e espiritualidade. “Ao incorporar o orixá a seu nome, e o ferro à extensão das mãos, Diogum não é apenas zeloso guardião ou exímio ampliador. Agente e correligionário do ferro, faz dele esculturas que desfiam movimentos ou encenações em grande leveza ótica. Desobedece com intimidade, o artista, o peso mesmo do material que lhe pesa em mãos e fornalha. Em papel de fogo, Diogum desenha com o ferro”, escreve o curador em seu texto.

Serviço:

Abertura: 01/02/25 das 15h às 18h

Visitação:

Exposição “Ferro Ifé: O Atlântico Negro de Diogum”

Quarta a Sexta: 10h às 17h

Sábado e Domingo: 10h às 16h

Até 27 de abril de 2025

Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães
(Rua da Aurora, 265 – Boa Vista, Recife – PE)

Entrada: Gratuita

 

Redação com assessoria Foto:Hannah Carvalho

e-mail: redacao@blogdellas.com.br

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