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Festival de Cinema para crianças cegas, surdas ou com deficiência intelectual chega ao Recife

O “Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional”, projeto de arte, educação e lazer, voltado principalmente para crianças cegas ou com baixa visão, surdas ou com deficiência auditiva ou com deficiência intelectual ou cognitiva, visitará Recife nos dias 9 e 10 de outubro. O projeto tem a chancela da Unesco e foi selecionado para a 37ª edição do “Criança Esperança”.


O projeto aproxima as crianças da sétima arte e mostra como educação, cultura, tecnologia e solidariedade podem ser agentes de transformação e inclusão social das crianças com deficiência visual, deficiência auditiva e com deficiência intelectual ou cognitiva. Este ano, além das sessões de cinema com as tecnologias de acessibilidade (audiodescrição, LIBRAS e Legendas descritivas) e as oficinas para Educadores Inclusivos, o projeto passou a ter uma Rede Virtual de compartilhamento de boas práticas inclusivas. Na capital pernambucana, a programação começa dia 9, segunda-feira, das 9h às 17h, com a oficina “Educadores Mais Inclusivos”. Entre os assuntos abordados, estão o “Viés Inconsciente”, “Diversidade, Equidade e Inclusão” e “Grupos Diversos”.

O evento acontece na Fundação Joaquim Nabuco, à rua Henrique Dias, 609, no bairro do Derby. No dia 10, em dois horários – 9h e 14h – será exibido o filme “Divertida Mente”, no cinema da Fundação Joaquim Nabuco, à rua 17 de agosto, 2.187, no bairro de Casa Forte, com entrada franca. “Divertida Mente” (2015, EUA, 94 minutos) foi premiado no Oscar de 2016 como o Melhor Filme de Animação. Para o público esclarecer dúvidas sobre as sessões, o número do WhatsApp da Mais Criança é 51-995945558. (Para jornalistas falarem com a assessoria de imprensa, o número do WhatsApp da Gontof Comunicação é 11-99109-0688.)

Recentemente, dia 7 de agosto, o “Criança Esperança” anunciou que a OSC Mais Criança, com seu projeto “Festival de Cinema Acessível Kids”, foi selecionada para participar da sua 38ª. edição, em 2024. O Festival de Cinema Acessível Kids esteve em Brasília nos dias 12 e 13 de setembro deste ano. Antes disso, em 12 de abril, o projeto esteve em São Paulo. Ainda em 2023, vai a Florianópolis, de 23 a 27 de outubro; e Rio de Janeiro e Niterói, de 5 a 11 de novembro. (Os locais e horários em cada uma dessas duas cidades ainda estão sendo definidos.)

O projeto nasceu há oito anos no Rio Grande do Sul, como Festival de Cinema Acessível, idealizado pelo empreendedor e musicista Sidnei Schames, o Sid, presidente da OSC Mais Criança (a proponente do projeto) e diretor da empresa Som da Luz. Logo na estreia, em 2015, seu filho, David, então com oito anos, não pode entrar no cinema, por não ter a idade necessária. Acabrunhado, exclamou: “meu pai criou um Festival Acessível para os outros; mas não é acessível para mim!” Logo depois, transformou a indignação em projeto: “Pai, que tal a gente criar também um festival para as crianças? Já tenho até nome e slogan: ‘Festival de Cinema Acessível Kids, leve seu pai ao cinema’”!

Esse é o projeto que em 2016 recebeu a chancela da Unesco, em 2017 estreou nos cinemas, em 2021 foi selecionado a 36ª edição do “Programa Criança Esperança e no ano passado saiu pela primeira vez dos limites da região Sul e percorreu outros estados, encorpado pela capacitação de professores de escolas da rede pública e privadas a serviço da inclusão educacional.

Até hoje, em suas versões adulto e infantil, o Festival de Cinema Acessível foi assistido por 21.159 pessoas, em 37 cidades (São Paulo, Natal e Brasília, além de 32 no Rio Grande do Sul e duas em Santa Catarina – Lages e Chapecó), com um total de 112 exibições. Em sua maioria, o público é formado por crianças com e sem deficiência das escolas da rede pública.

O “Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional”, Edição 2023, que tem a produção do Som da Luz, conta com o apoio nacional da Total Seguros, Bem Promotora, Outback, Abbraccio, Camale, Gontof Comunicação, Sopa Digital, Dextera, Studio.Z, Mundo Melhor e Senado Federal. No Recife, tem também o apoio do Cinema da Fundação e da Fundação Joaquim Nabuco.

O Festival de Cinema Acessível Kids traz como diferencial a adaptação de obras cinematográficas infanto-juvenis, mas que fazem sucesso com a família toda. Oferece conteúdo acessível de qualidade para uma parcela da população privada do direito de ter acesso à magia do cinema. As ações de inclusão cultural para o público das pessoas com deficiência são raras e, quando existem, invariavelmente assistencialistas.

De acordo com Schames, os filmes têm audiodescrição das cenas para quem não enxerga, janela de libras para quem não ouve e legendas descritivas para quem não sabe Libras. “Para chegar às telas de cinema com toda a acessibilidade necessária, tudo é gravado em estúdio. É preciso de tecnologia e muita sensibilidade”, diz. E acrescenta: “Todos somos diferentes, mas podemos compartilhar uma mesma sala de cinema. Nas sessões tem o pai com deficiência visual, com o filho que enxerga; a filha com deficiência auditiva com a mãe que escuta, crianças com deficiência intelectual ou cognitiva e todos estão juntos se divertindo dentro do cinema”. David, hoje com 17 anos, diz: “criamos o Festival para todo mundo ser igual. Não igual no sentido de ter as mesmas características, mas os mesmos direitos e possibilidades. É um momento de inclusão estar todo mundo, pessoas com e sem deficiência, assistindo ao filme”.

Quando David e Sid contam sobre pessoas sem deficiência, se referem também a quem vai às exibições como um exercício de aprendizado e empatia. “Fizemos sessões em escolas, onde as crianças assistem aos filmes de olhos fechados ou com venda nos olhos, para sentir como é um mundo sem imagens. Assim, esses alunos tentam se colocar na posição do Outro e aprendem a entender e respeitar as diferenças”, reflete Sid.

Sid destaca as oficinas para educadores iniciadas no ano passado. “Temos conseguido contribuir com os educadores para fazer o acolhimento de forma adequada. Assim, cumprimos uma função muito importante, já que aumentamos – e precisamos ampliar ainda mais – a velocidade dessa mudança na sociedade. Se mostrarmos que a inclusão é perfeitamente possível, ela se torna natural. Estamos fazendo parte de uma história importante, do caminho da acessibilidade, do tudo para todas as pessoas”, diz Schames, que espera atrair ainda mais cidades e apoiadores para 2024, à medida que o projeto se tornar mais conhecido e o país esteja mais estabilizado após a pandemia do Covid-19. “O anúncio de que participaremos do ‘Criança Esperança’ pelo terceiro ano consecutivo é um importante e emocionante reconhecimento do nosso trabalho. É também mais uma comprovação de que estamos no caminho certo na construção de uma sociedade melhor e igualitária”, diz Sid Schames.

Redação com veículos e assessoria. Fotos: Divulgação

E-mail: redacao@blogdellas.com.br

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