Faltam 3 milhões de professores na América Latina e Caribe, diz Unesco

Um relatório da Unesco, divulgado nesta quarta-feira (9), chama a atenção para a escassez de professores na América Latina e no Caribe. Segundo o documento, o déficit de profissionais em sala de aula chega a 3,2 milhões. Entre os principais motivos para esse afastamento estão a sobrecarga de trabalho, os baixos salários e a falta de reconhecimento por parte da sociedade.
Em nível global, a Unesco estima que será necessário contratar 44 milhões de docentes até 2030 para que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 4 — que trata de educação de qualidade — seja alcançado.
Para combater a falta desses profissionais na América Latina e reforçar a participação ativa dos docentes nos processos de decisão, o Escritório regional da Unesco em Santiago do Chile, que também é a sede da Comissão Econômica das Nações Unidas para América Latina e Caribe, apresentou uma Estratégia Regional 2025-2030.
Para debater as propostas de enfrentamento ao problema da carência de professores, representantes de diversos países, de sindicatos de professores e da sociedade civil, foram convocados para uma reunião, que deve acontecer no próximo semestre, na capital chilena.
Aqui no Brasil, a escassez desses profissionais já foi tema de uma pesquisa do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Superior de São Paulo. O levantamento, feito a partir de dados do Inep, mostrou que, até 2040, o país poderá ter uma falta de 235 mil professores de Educação Básica. Além disso, o documento registra a queda do número de novos alunos em cursos de Licenciatura em cerca de uma década; e que o percentual de docentes do ensino básico com idade acima de 50 anos mais que dobrou.

