Escadaria da Ladeira Apique atrai turistas e curiosos ao Morro da Conceição, no Recife – Por Leticia Lins

Um dos altos mais frequentados do Recife e alvo de romarias durante quase todo o ano, principalmente em dezembro, o Morro da Conceição vem mudando, ao longo das décadas. Deixou de ser um pedaço de Casa Amarela e virou um bairro próprio. Hoje, as suas casas são azuis ou/e brancas, as cores de Nossa Senhora da Conceição, padroeira “afetiva” da cidade e cuja paróquia virou um Santuário. Também vem ganhando murais, arte urbana e sua escadaria colorida, em mosaicos, na Ladeira Apique (foto), virou atração turística.

No domingo, o Grupo Bora Preservar esteve no local, subiu os seus cerca de 300 degraus. E, enfim, contemplou o trabalho implantado no ano passado, sob a batuta do artista Leopoldo Nóbrega, aquele que vem idealizando e comandando a confecção da alegoria gigante do Galo da Madrugada dos últimos carnavais do Recife. Tal qual a Escadaria criada pelo artista chileno Jorge Selarón, no Rio de Janeiro (entre a Lapa e Santa Tereza), a da Ladeira Apique vem atraindo visitantes, virando cenário para selfie e terminou por valorizar a paisagem e o povo do Morro, conhecido não só pela sua riqueza religiosa, mas também cultural.

– Primeiro patamar da Ladeira Apique, é para dar boas vindas aos visitantes do Morro da Conceição.-

O acesso à Galeria de Arte Ladeira Apique é feito pela Rua Itacoatiara, aquela que sai do Largo Dom Luiz e leva até o Santuário. Já a Galeria é composta por 16 patamares, “um espaço aberto que une história, arte, sustentabilidade”. Foi construída com participação ativa dos seus moradores (esse lado comunitário também é uma característica de Leopoldo Nóbrega), com uso da técnica de  upcycling, após oficinas ministradas pelo artista e a equipe do seu ateliê/escritório “Arte Plena”. Os degraus foram revestidos com pedaços de mosaico que reproduzem a vida, história, cultura e religiosidade do Morro da Conceição. E também de seus personagens. A iniciativa foi da Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife. E a obra coletiva reflete “a identidade única do bairro, convidando as pessoas a explorar e se encantar com as narrativas entrelaçadas que o tornam um bairro tão especial”, segundo observa painel lá colocado.

Se você vai ver a Galeria da Ladeira Apique, oriente-se quanto aos patamares ali representados. Eles ficam nessa ordem, de baixo para cima: Boas vindas ao Morro; Percussão e ancestralidade; As Rezadeiras;  Viva às Quadrilhas Juninas; Padre Reginaldo (in memoriam); Recife, Pernambuco, Brasil; João do Morro; Iemanjá e os Marinheiros; Homenagem aos moradores, Parte 1; Tem Samba no Morro; Homenagem aos Moradores, Parte 2; A Torre do Santuário; Unidade de Tecnologia na Educação e Cidadania – UTEC, 30 anos; Zé Neguinho do Coco, “Quem tem mãe tem tudo (In memoriam); Nossa Senhora da Conceição. Chegar lá não é difícil. Mas se você estiver de carro é melhor deixá-lo estacionado no Largo Dom Luiz ou em alguma rua próxima, pois não há espaço para estacionar na Itacoatiara, embora a via seja mão única no sentido Avenida Norte / Morro da Conceição. O melhor mesmo é subir a pé, pois a Ladeira Apique é a primeira à esquerda de quem segue pela Itacoatiara. Muito fácil de achar.

Blogdellas compartilha o texto acima, do blog #OxeRecife, da jornalista Letícia Lins.

Texto: Letícia Lins Fotos: Letícia Lins (#OxeRecife) e Alexandre Trindade (Grupo Bora Preservar)

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