Entre Mulheres – Por José Carlos L. Poroca*

 

Vivemos as especulações sobre o Oscar 2023 . Dos dez filmes indicados ao “melhor”, vi seis. Dos estrangeiros, vi dois e não consegui ver o terceiro (EO) até o final. Confuso, não (me) agradou. Continuo afirmando que cinema é para o espectador apreciar (interpretação, enredo, roteiro, fotografia, trilha musical etc.) e se divertir, seja ele um drama ou uma comédia. Já se sabe que um ator transforma um filmezinho num filmaço e há diretores que conseguem transformar uma historiazinha num grande filme, e vice-versa.

Antes de continuar, quero reafirmar o que já disse, ‘n’ vezes: não sou crítico nem expert de cinema. Sou apenas um cara latino-americano que gosta do cinema, seja ele da Dinamarca, da Polônia, dos EUA, da Bélgica ou da Argentina, que, mais uma vez emplaca uma obra: Argentina, 1985, de Santiago Mitre.

Quando li a sinopse, pensei comigo “deve ser um grande filme pelo tema e por trazer Ricardo Darin no elenco”. A primeira parte não foi atendida (o tema é amplo e complexo); a segunda, sim. Darin é um dos maiores atores vivos da atualidade. Salvou o filme.

Outro que vi foi o “Womem Talking”. No Brasil, deram o título de “Entre Mulheres”. Por que não colocaram “conversa de mulheres” ou “mulheres que falam” ou “mulheres conversando”? Senti falta de presença maior de Frances Normand, que é uma das produtoras do filme. Aparece um pouquinho e não reaparece mais, só no cartaz para aumentar bilheteria.

Para entender melhor o filme, é preciso conhecer um pouquinho de história que se passa no EUA, numa comunidade menonita (ou menonitá), que surgiu na Suíça, no Século XVI. Seus primeiros membros eram contrários ao batismo de crianças e a interferência do Estado na religião. Seguir a Cristo se daria através do batismo adulto. Por volta de 1529, foram perseguidos e fugiram para outros países da Europa, EUA, África e América do Sul. A história se passa numa dessas comunidades. Mulheres são estupradas e a culpa recai sobre visitantes, fantasmas etc – até que se descobre quem eram os autores.

O Tema é atual, mas, pra mim, faltou um “tempero”, digamos, diferente, com menos diálogos. Nem por isso o filme deixa de ser bom. Peca na dinâmica e na fotografia (alguns gostaram).

Não vai ganhar o Oscar, que deve ir para ‘Tudo em todo o lugar – ao mesmo tempo’. A casa aceita apostas.

*José Carlos Poroca é executivo
do segmento de shopping center, escritor e apaixonado por cinema. Texto colaboração para o blogdellas.

E-mail: redacao@blogdellas.com.br

Compartilhar