Ela & Ele. Um & outro. “Fogueira sem brasa, sou eu assim sem você…” Bem que Elza Soares e Mané Garrinha, dois astros “gênios” no que faziam, poderiam ter sido citados na icônica canção “Fico assim sem você”. As histórias de vida deles se confundem. Ou melhor, se completam. Mas nem sempre, sabemos, amores e sucesso terminam com finais felizes. A música imaginada por um amigo para celebrar a dupla , Claudinho e Buchecha ficou sem um deles muito cedo e a cantora e o jogador de futebol seguiram vidas tortuosas como mostra o documentário “Elza & Mané-Amor em Linhas Tortas”.
Poucos meses antes de morrer, neste 2022, a cantora Elza Soares resumiu os seus 91 anos de vida em uma frase “Deus escreve certo por linhas tortas. A minha foi escrita por pernas tortas”. Ela estava certa.
O documentário em pauta demorou. Veio 60 anos após o início da relação dos dois e da conquista do bicampeonato mundial da seleção brasileira, que teve Garrincha, aquele jogador das pernas tortas, como protagonista e Elza como sua grande musa inspiradora .E é rico em detalhes: começa do começo, com a ida da cantora ao Chile, em 1962 para uma temporada de shows na mesma época da Copa do Mundo e como os dois aprofundaram a relação que viria a ser uma grande história de amor. Tumultuada é certo. Com dores, perdas e danos.
Os dois faziam sucesso na época, eram jovens negros, de origem pobre e nascidos na década de 1930. Sofreram preconceito. Foram julgados. A série conta sobre Elza ser considerada culpada pelo fim do casamento de Garrincha e também responsabilizada pela decadência do craque nos anos seguintes. O casamento dos dois passou pelo alcoolismo, machismo, conservadorismo, violência doméstica, preconceito. Pela ditadura do Brasiol. Passou por grandes perdas. Por coincidência, os dois morreram na mesma data. Ele em 20 de janeiro de 1983, ela, 39 anos mais tarde, na mesma data, neste 2022.
“Elza & Mané- Amor em Linhas Tortas” foi montado em quatro episódios . Cada um com cerca de 50 minutos que documentam o início da paixão, a forte reação da opinião pública àquela união, a vida de exílio em Roma, a amizade com o casal Chico Buarque e Marieta Severo, a decadência da carreira de Garrincha, a relação cada vez mais abusiva com o álcool, as agressões em casa até a separação . Trata também sobre as mortes de Mané Garrinha e do único filho do casal, com apenas nove anos.
Para assistir e conhecer essa história dramática e instigante que emociona, basta poder acessar o Globoplay e dar play.
Fotos: Google imagem