Eleição totalmente aberta: 68% não definiram o voto para governador e 89% para o senado

 


Apesar das convenções partidárias, que oficializaram os candidatos a governador e senador de Pernambuco até esta sexta-feira, cerca de 68% dos eleitores ainda não definiram em quem vão votar para governador e 89% para o senado. Esses percentuais, medidos nas pesquisas espontâneas, demonstram o grau de alheamento das pessoas a menos de 90 dias da eleição e o quanto os números mostrados nas pesquisas estimuladas – quando o eleitor é informado sobre os nomes em disputa e só aí opta por um deles – ainda podem mudar.

A eleição até agora só tem interessado aos políticos, à imprensa, que produz material todos os dias acompanhando o processo eleitoral, e aos formadores de opinião mais interessados. “O eleitor ainda não despertou de fato para a disputa” afirma o economista e estatístico, Maurício Romão, que faz análises de todas as pesquisas divulgadas e integra um grupo de estudiosos no assunto.

Ele acha que as definições só vão começar a acontecer e os números a projetar a realidade, quando for iniciada a programação de Rádio e TV, no final deste mês. Mesmo assim, devido a alta polarização da eleição presidencial, é possível, segundo ele, que o acirramento em torno dela faça com que o eleitor demore ainda mais um pouco a se ligar na eleição estadual. Romão explica que dos 68% que não se definiram para governador, 47% estão puramente e indecisos e 23% dispostos, neste momento, a votar branco ou nulo. “Muitas dessas pessoas – explica ele- demonstram na pesquisa estimulada inclinação por um dos nomes na disputa mas não cravaram o voto. Podem ainda mudar”.

TV aberta mais importante que Internet?

Apesar da indefinição grande, ele diz que a ordem dos candidatos no resultado das pesquisas é real. Ou seja, Marília está mesmo em primeiro lugar hoje e os demais embolados no segundo lugar. Na pesquisa espontânea também é isso que aparece. Agora vai caber a cada candidato e partido trabalhar em cima da realidade e das estratégias para crescer aparecendo na TV, nas redes sociais ou se beneficiando da influência familiar que Romão define como “muito forte na definição do voto”. Este ano ele afirma que a propaganda eleitoral gratuita, segundo pesquisa da Quest, pode ter mais influência na eleição do que a Internet que foi fundamental em 2018.

Teresa prejudicada na propaganda eleitoral

A decisão do PP de lançar, de última hora, a candidatura ao senado de Antonio Mário, vai prejudicar a candidata da Frente Popular, Teresa Leitão, na propaganda eleitoral no Rádio e TV. Ela vai ter 40 segundos a menos de tempo na propaganda para o senado. Este tempo vai ser destinado ao candidato oficial dos progressistas. O que não está certo ainda é como isso se dará já que a Frente, que está coligada com o PP, não admite ter dois postulantes ao senado. Com a palavra, o TRE.

Candidatos milionários mas sem votos

Dois candidatos a presidente da República este ano – Luíz Felipe D’Avila, do Novo e Pablo Marçal, do Pros – tem patrimônio de R$ 24 milhões e 16,9 milhões, respectivamente, mas estão na casa de 1% das intenções de voto. Foi esse o patrimônio que eles declararam à justiça eleitoral. Lula declarou possuir bens no valor de R$ 7,4 milhões e Simone Tebet de R$2,3 milhões. O patrimônio declarado pelo presidente Bolsonaro, candidato à reeleição, e de Ciro Gomes, não se sabe ainda porque, não foram tornados públicos pelo TSE este domingo.

Pesquisa pra dar e vender

Para quem gosta de acompanhar pesquisas esta semana vai ter prato cheio. Nesta segunda-feira, vai ser divulgada a pesquisa da Real Time Big Data. Na terça os institutos Opinião e Potencial também prometem divulgar seus levantamentos sobre a intenção de votos no estado. Na quarta a pesquisa que virá a público será a da Opus Consultoria.

Pergunta que não quer calar: quando termina a novela do Pros que está indefinido entre Danilo e Marília?

Fotos: Divulgação

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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