Doença silenciosa e perigosa: a importância de reconhecer os sinais da pré-eclâmpsia

Cerca de 80 mil mortes maternas e 500 mil mortes de fetos ocorrem anualmente, em todo o mundo, em decorrência de doenças hipertensivas na gravidez, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (RBEHG). No Brasil, em 2023, foram registradas 1.319 mortes maternas, sendo 238 causadas por hipertensão, de acordo com o Painel de Monitoramento de Mortalidade Materna, do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis (DAENT).
Uma das principais causas que levam a esses números de casos alarmantes é a pré-eclâmpsia, doença potencialmente perigosa caracterizada pela pressão arterial elevada (acima de 140/90 mmHg) após a 20ª semana de gestação.
A tocoginecologista e coordenadora do Centro de Simulação (CSim), Brena Melo, explica que a doença pode surgir de forma inesperada em qualquer gestação e, se não for tratada corretamente, pode evoluir para eclâmpsia, quadro mais grave com convulsões repetidas e risco de morte. “Além disso, a condição constitui-se como fator de risco para problemas cardiovasculares no futuro”, completa.
Sintomas
“Além da pressão alta, os sintomas mais comuns incluem dor de cabeça intensa, inchaço repentino (sobretudo no rosto e nas mãos), alterações visuais como visão turva ou sensibilidade à luz, náuseas, vômitos frequentes, dor abdominal na parte superior, dificuldade respiratória e redução no volume de urina”, explica a especialista. Outras possíveis complicações são o descolamento prematuro da placenta, sangramentos, edema pulmonar, insuficiência no fígado e rins ou o parto prematuro.
Por isso, identificar a pré-eclâmpsia o mais cedo possível é fundamental para a garantia da saúde de mãe e filho. Datas como o Dia Mundial de Prevenção à Pré-Eclâmpsia, em 22 de maio, e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, 28 de maio, reforçam para os cuidados. “É importante ter um acompanhamento obstétrico durante toda a gestação, realizar os exames pré-natais e manter uma alimentação saudável. Para as gestantes em grupo de risco, o cuidado deve ser em dobro”, ressalta Brena.
Preparação das equipes de saúde é essencial
Além da assistência individual às gestantes, uma das estratégias mais eficazes para reduzir a mortalidade materna é a qualificação constante das equipes de saúde, como acontece no Centro de Simulação (CSim) da FPS. No espaço, os profissionais e estudantes participam de treinamentos focados no manejo das urgências obstétricas, como os quadros graves de hipertensão na gravidez.
“Um profissional de saúde que exerce sua função com competência precisa integrar habilidade, conhecimento e atitude. Nos treinamentos de simulação, existe a oportunidade e a segurança disso ser realizado”, afirma a obstetra. Em um ambiente que simula um hospital, com robôs e atores treinados, as capacitações incluem atendimentos em sala de parto, emergências com recém-nascidos e cuidados em UTI neonatal e obstétrica.
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