Do sofá, a gente torce
Pantanal e seu realismo fantástico. A icônica novela retorna dia 28 à televisão, 32 anos após sua estreia, em remake da TV Globo. E gera expectativas em direção ao entretenimento noturno pela telinha. Pernambuco se faz presente desta vez na trama rural, com três talentos da terrinha, “gigantes” no que fazem e destaques entre os melhores atores da atual geração em nosso país: Jesuíta Barbosa, Renato Goes e Irandhir Santos. É pouco? Que estado reuniu tantos de um só lugar em um elenco estrelar nos últimos tempos? Pra esse trio, aplausos e sucesso.
Fenômeno da Rede Manchete nos ano 90, quando não existia ainda o BBB, a população brasileira se entregou enfeitiçada aos apelos da história de José Leôncio, pontuada por boiadas, chalanas e tramas paralelas como a de Juma Marruá , a moça que vira onça pintada e do Veio do Rio que se transforma em cobra.
A novela, que surpreendeu o mercado comercial, ultrapassando o Ibope TV Globo, até então, no topo das produções televisivas de maior audiência, foi bem mais que um excelente roteiro, boas escalações e fantásticas interpretações para atrair os noveleiros, na época vivendo as instabilidades do Governo Collor e agruras de um confisco das suas poupanças. Com cenas de água e verde até onde “se perde de vista”, Pantanal mostrou para os brasileiros que existia um país belo e pouco explorado pelo seu próprio povo. Chamou a atenção para a preservação do meio ambiente, da nossa rica flora e fauna. Mato Grosso do Sul dos tempos de Pantanal tinha 1,7 milhão de habitantes e era totalmente desconhecida dos brasileiros.
A produção abriu discussões ainda adormecidas que nos gera expectativas sobre como o remake deve manter nos tempos atuais já que, se não resolvidos, mas muitos delas já não tão intocáveis como os avanços de abusos contra as mulheres com questões femininas, principalmente em direção ao papel da Maria Bruaca, interpretado por Ângela Leal ou sobre a masculinidade do jovem Jove, (Marcos Winter ), tratada com gracejos pelo grupo viril de peões do núcleo “de machos” da novela. Um desafio, tanto quanto mostrar o Pantanal de hoje que não mais é o de antes, após longos períodos de queimadas e maltratos. A novela de Benedito Ruy Barbosa chega ao seu neto que assinará os tempos atuais, Bruno Luperri com passagem de tempo cruel para o meio ambiente.
Veremos, com certeza, boas contribuições de Jesuíta Barbosa como Jove, o Joventino, vivido por Winter na Pantanal da Manchete, Renato Goes que se divide com Marcos Palmeira, em fases distintas, o papel central da trama, interpretando José Leôncio o “ Rei do Pantanal”, antes vivido por Claudio Marzo que também incorporou o Veio do Rio. E Irandhir Santos ( Joventino e (José Lucas de Nada), tão bem defendidos por Paulo Gorgulho. O elenco é repleto de atores já consagrados: Dirá Paes, Juliana Paes, Osmar Prado, Bruna Linzmeyer, Alanis Guillen, Murilo Benício, Marcus Caruso, José Loreto e outros.
Portanto, com um cenário ambientado no fascinante Planeta Pantanal, já vista como a novela mais cara da história da teledramaturgia brasileira, o remake é a grande aposta da Rede Globo para repetir o sucesso da versão anterior. Sobre acertos, a emissora já sai galopando. Seja com o elenco escolhido ou com a trilha sonora da abertura que nas chamadas permanece a da antiga produção.
Para quem é fã de Pantanal vale a máxima de que menos (mudanças) na reedição da atração é mais.
