“Dia D” contra o sarampo
Hoje, sábado, dia 30 de abril, o Brasil realiza o “Dia D” da campanha de vacinação contra o sarampo e a gripe. O país intensifica os esforços para imunização do público-alvo no momento em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que os casos de sarampo no mundo aumentaram 79% nos dois primeiros meses de 2022. Ação nacional vai das 8h às 17h e busca intensificar a cobertura também contra a gripe, principalmente entre as crianças de até 4 anos.
Em 2021, levantamento feito a pedido do Jornal o Globo, mostra que apenas cerca de 50% do público-alvo brasileiro foi imunizado contra a doença. Já a vacina da gripe, segundo dados do Plano Nacional de Imunizações (PNI), atingiu apenas 72,1% da população a quem ela era destinada, quando a meta é uma cobertura de ao menos 90%.
A campanha deste sábado será realizada nos postos de vacinação, das 8h às 17h, e pretende aumentar a cobertura do público-alvo que pode receber a proteção contra a influenza (gripe) e o sarampo, que segundo o Ministério da Saúde é composto por 76,5 milhões de brasileiro. Como a imunização é organizada pelas secretarias municipais de saúde, é recomendado que os portais das cidades sejam verificados para confirmar os endereços dos locais e se há alterações no horário.
Quem pode e deve se vacinar ao longo do dia de hoje?
Contra o sarampo
· Trabalhadores da área da saúde;
· Crianças de 6 meses a 4 anos
Contra a gripe
· Idosos a partir de 60 anos;
· Trabalhadores da área da saúde;
· Crianças de 6 meses a 4 anos
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Cenário do sarampo no Brasil
Depois de ter sido erradicado no país, em 2016, o sarampo voltou a provocar casos a partir de 2017, levando a um surto em 2019 com quase 21 mil diagnósticos confirmados apenas naquele ano, segundo informações da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. Em 2020, com as medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19, os casos de sarampo também ficaram sob controle, saindo de 2.475 diagnósticos no mês de março para uma média de 68 por mês a partir de maio até o fim do ano. A doença teve sua incidência reduzida até chegar a dezembro de 2021, quando foi registrado apenas um caso em todo o país naquele mês.
Ao todo, em 2021, foram registrados apenas dois óbitos por sarampo no Brasil, ambos no estado do Amapá. Um de uma criança de 7 meses, sem comorbidades e que não havia sido vacinada, e o outro de um bebê de 4 meses, que a imunização não era indicada por ser menor que 6 meses de vida.
Baixa vacinação preocupa
Desde então, o sarampo permanece com números baixos de casos. Porém, especialistas temem que a baixa cobertura vacinal leve a novos surtos da doença. Em 2021, apenas 50,1% do público-alvo no Brasil recebeu a segunda dose da vacina da tríplice viral – que protege contra a doença. A informação é parte de um levantamento feito pela pesquisadora de políticas públicas Marina Bozzetto, da Universidade de São Paulo (USP), a pedido do GLOBO, com base em dados do Ministério da Saúde.
A Secretaria de Vigilância em Saúde, do ministério, orienta que “cada município deve estabelecer estratégias, considerando ampliar as coberturas vacinais, no intuito de atingir a meta de pelo menos 95% de cobertura para as doses 1 e 2 da vacina tríplice viral, de forma homogênea”.
O Ministério da Saúde destaca que “a vacinação contra o sarampo permitirá interromper a circulação do vírus no país, minimizando a carga da doença e protegendo a população”. Em comunicado que alertou sobre o aumento de casos no mundo, a diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell, afirmou que “o sarampo é mais do que uma doença perigosa e potencialmente mortal. É também uma indicação precoce de que existem lacunas em nossa cobertura global de imunização, lacunas que as crianças vulneráveis não podem arcar”.
Redação do Blog Dellas com veículos , assessorias.
Informações e Imagem com o Jornal o Globo.