Desigualdade de gênero é um problema no país, afirmam quase 80% dos brasileiros

A desigualdade em termos sociais, políticos e econômicos entre homens e mulheres é um problema reconhecido por 78% dos brasileiros entrevistados para a pesquisa “International Women’s Day”, realizada pela Ipsos com 32 nações, em parceria com o Global Institute for Women’s Leadership – King’s College London.

O levantamento revela que os que presenciam comentários sexistas entre amigos e familiares somam 36%, os que presenciaram discriminação contra mulheres no ambiente de trabalho são 23% e os que que viram uma mulher ser assediada sexualmente no país no último ano chegam a 21%.

Para acabar com esse problema estrutral, é preciso que todos tomem uma atitude em favor da equidade de gênero, inclusive os homens, já que sete em cada dez brasileiros (70%) acreditam que as mulheres não alcançarão a igualdade de gênero se os homens também não se engajarem para promovê-la. E sete em cada dez brasileiros (74%) acreditam que podem tomar atitudes que ajudem a promover a igualdade de gênero no país.

Por outro lado, o Brasil é o país que mais acredita que exige-se demais dos homens quando o assunto é apoiar a igualdade de gênero. Quase 8 em cada 10 (79%) acredita que os homens são muito cobrados. A média global é de 54%. Coincidência ou não, os homens são mais propensos a concordar com essa afirmação: 59% dos homens concordam, contra 48% das mulheres (na média global). Na média brasileira, 77% dos homens concordam e 81% das mulheres também.

Na mesma linha, nem metade dos entrevistados acredita que a igualdade de gênero beneficiará a todos. Aproximadamente cinco em cada dez brasileiros (47%) acreditam que a igualdade de gênero no país é benéfica tanto aos homens quanto às mulheres.

Fora as crenças, existem o receio e o desconhecimento. Entre as razões para os brasileiros não abordarem a igualdade de gênero nas suas conversas, estão: não saber quais passos dar para conversar sobre o tema (13%) e o medo de pode sofrer agressões físicas ou ameaças (11%).

O cenário negativo para as mulheres é global. Embora 68% da média global acredite que há desigualdades entre homens e mulheres, 54% afirmam que seus respectivos países já fora “longe demais” em termos de conceder direitos às mulheres.

Sobre a pesquisa
A pesquisa “International Women’s Day” foi realizada de forma on-line, com 22.508 entrevistados, sendo mil brasileiros, com idade entre 16 e 74 anos de 32 países, entre os dias 22 de dezembro de 2022 e 06 de janeiro de 2023. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

Redação com Internacional Womens Day- Foto-Divulgação/ Getty Imagem