Eleições 2022

Debate obriga Lula e Bolsonaro a prestar contas e mulheres viram o destaque da noite

Em meio à polarização que toma conta da campanha presidencial e divide o país, o debate promovido pela Rede Bandeirantes ontem à noite foi uma lição de democracia. Por ausência de um ou outro candidato em eleições anteriores, faz tempo que não se tinha uma discussão tão forte sobre os problemas brasileiros e como resolvê-los. Houve deslizes, palavras duras, críticas fortes até demais, mas o que se precisava aconteceu. Os dois candidatos que estão à frente nas pesquisas, e se consideram os únicos capazes de chegar ao segundo turno, foram obrigados a prestar contas do que fizeram ou deixaram de fazer. Lula e Bolsonaro – este principalmente – foram duramente criticados pelos oponentes, sem qualquer exceção. E no caso das candidatas mulheres, com veemência.

Nenhum dos candidatos demonstrou qualquer condescendência entre si. Estavam todos ali falando por si próprios. O único momento em que um deles usou uma pergunta para obter uma resposta que o favorecia se deu mal. Isso aconteceu quando o ex-presidente Lula indagou a senadora Simone Tebet sobre a CPI da Pandemia na qual ela acusou o governo atual de esquema de corrupção. Simone confirmou suas suspeitas mas em seguida atacou o PT e o ex-presidente dizendo que os petistas também se envolveram com corrupção quando estavam no poder.

Além das contendas entre Lula e Bolsonaro, quando um perguntou ao outro, o debate demonstrou, na contundência e preparo dos demais candidatos, que há opções de terceira via. Ciro Gomes e Simone Tebet mostraram, de forma clara,conhecimento dos problemas brasileiros e de como enfrentá-los, sempre que tiveram chance de se alongar mais. Luís Felipe D’Ávila, do Novo, também se saiu bem e a senadora Soraya Thornicke, a grande surpresa, até porque é muito pouco conhecida, ajudou Simone a demonstrar que as mulheres são capazes de governar o país. As duas, sem baixar o nível, como aconteceu entre os candidatos homens algumas vezes, disseram o que tinha que ser dito de forma respeitosamas contundente, inclusive quando enfrentaram Bolsonaro e o acusaram de tratar mal as mulheres.

Lula, por diversas vezes, foi acusado de corrupção. Bolsonaro não pode fugir das acusações de misoginia, de autoritarismo e de parte das mortes pela Covid. A diferença é que Lula, sempre que pode, conseguiu driblar as perguntas mostrando coisas positivas do seu governo, já Bolsonaro perdeu o equilíbrio uma vez e, ao invés de responder apergunta da jornalista Vera Magalhães, a agrediu verbalmente tendo protagonizado o maior erro político da noite. Vera recebeu a defesa veemente de Simone e Soraya e o presidente ficou sem jeito. No frigir dos ovos, é difícil saber o que debate pode mexer nas intenções de voto de Bolsonaro e Lula até porque se estendeu até mais de meia de noite. O ex-presidente, de qualquer forma,

conseguiu passar uma imagem de maior equilíbrio que o seu principal oponente e Bolsonaro teve oportunidade de, mais uma vez ,vender o auxílio Brasil mais robusto– o carro chefe de sua propaganda – e acusar o PT de ter sido contra.

Redação do Blogdellas. Foto: Reprodução Redes Sociais

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