De protagonista a pequeno

partido, o PSDB acabou?

 

 

Formado na época da redemocratização pelos chamados “autênticos” do MDB, o PSDB foi o primeiro partido de expressão surgido no Brasil com ideologia própria, política econômica definida, defendendo os postulados da social democracia e fugindo, como ainda hoje é comum, da dicotomia que só nos infelicita e que, atualmente, jogou a população no dilema de ter que escolher entre o populismo de direita ou o de nas próximas eleições.

Assumindo a presidência com Fernando Henrique Cardoso que estabilizou a moeda através do plano real e deu início a reformas importantes – até hoje o sustentáculo das finanças públicas – o PSDB congregou a centro-esquerda e a centro-direita, passando a ser o único partido de oposição ao PT. Numa democracia, é preciso ressaltar, o contraditório é fundamental quando se dá na base das idéias, e não do radicalismo puro e simples.

Durante anos sempre com candidatos a presidente que enfrentaram o PT em um ou dois turnos, os tucanos não conseguiram evitar que Lula e Dilma fossem eleitos por dois mandatos. Na época, a começar por José Serra, o PSDB não defendeu na campanha o legado de FHC e acabou derrotado. Em 2018, quando surgiu sua oportunidade de voltar ao poder, o partido estava desgastado por falta de luta e o centro e a direita rumaram direto para o populista Bolsonaro que, no grito, venceu o pleito.

Divididos, os tucanos sequer pretendem lançar candidato a presidente este ano. Esta semana coube ao próprio Lula – que hoje tem como vice o ex-tucano Geraldo Alckmin – declarar : “o PSDB acabou”.  Chamado de “arrogante” pelos tucanos, Lula não deixa de ter suas razões. O PSDB hoje tem 21 deputados federais – é o nono partido em número de parlamentares quando já foi o segundo. Em Pernambuco, terra do atual presidente Bruno Araújo, os tucanos, que já chegaram a ter um senador, 3 deputados federais e 6 estaduais, estão sem bancada federal e estadual.

O que o Brasil perde

Não precisa ser tucano para constatar o que a ausência de um partido como o PSDB empobrece o debate político. Hoje, por exemplo, estamos a poucos meses da eleição e não se sabe qual o plano econômico dos atuais presidenciáveis, se é que eles têm. Afinal em época de populismo o melhor é não ter plano mesmo e jogar uns contra os outros ou na base do quanto pior, melhor. A situação chegou a um nível em que Lula e Bolsonaro têm defendido as mesmas posições por exemplo, em relação à guerra da Ucrânia. Enquanto o mundo se levanta contra a Russia aqui temos um direitista e um esquerdista defendendo Putin.  Para onde vamos?

Com o Cidadania

Sem candidato a presidente – nem o governador de São Paulo, João Dória conseguiu empolgar – o PSDB formou uma federação com o Cidadania e deve apoiar a candidatura da senadora Simone Tebet, do MDB, embora alguns tucanos emplumados, como o senador Aluísio Nunes, de São Paulo, já tenha decidido votar em Lula logo no primeiro turno. Isso fora os nomes que também acompanharão Alckmin agora rendido ao palanque petista.

Danilo prega anistia

O pré-candidato a governador Danilo Cabral está sugerindo à Neoenergia, uma empresa privada, anistia na conta de luz das famílias atingidas pela enxurrada que deixou 109 mortos até agora e mais de 6 mil desabrigados. Segundo ele, a Neoenergia já ajuda a população trocando geladeiras velhas por novas mas ressaltou que em apenas um trimestre de 2021 a empresa lucrou R$ 1,3 bilhão, um aumento de 57% em relação ao período anterior. Danilo, que é contra a privatização da Eletrobrás, discutiu com a Aneel, ontem na Câmara, o processo de privatização da Eletrobrás sendo informado que ele acarretará aumento na conta de energia.

Marília quer fiscalizar aplicação de recursos

Pré-candidata a governadora, a deputada federal Marília Arraes será a coordenadora da Comissão Externa que, por solicitação sua, foi aprovada na Câmara Federal para acompanhar a situação de emergência no estado de Pernambuco e as famílias atingidas. A comissão também vai  fiscalizar a aplicação dos recursos federais destinados aos estados atingidos.

Raquel e Miguel

Enquanto Danilo e Marília estão também dedicados aos mandatos federais, tendo que se dividir entre Brasília e Pernambuco, os pré-candidatos Raquel Lyra e Miguel Coelho voltaram às atividades da pré-campanha esta quarta-feira, após uma pausa por conta das chuvas. Miguel se reuniu com o Sindicato dos Policiais do Sistema Penitenciário onde soube que há um déficit de 23 mil vagas nos presídios estaduais e Raquel se encontrou com o Sindicato dos Policiais Civis – Simpol – e funcionários da da Polícia Cientifica.

Foto: Bruno Araújo (Uol)

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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