Crises climáticas interrompem estudos de quase 250 milhões de jovens
Em 2024, cerca de 250 milhões de estudantes, em 85 países, tiveram os estudos interrompidos devido a eventos climáticos extremos, segundo um relatório divulgado pelo Unicef nesta sexta-feira. Ondas de calor, ciclones tropicais, tempestades, inundações e secas estão entre os fenômenos que impactaram diretamente a continuidade da educação de crianças e adolescentes.
O estudo intitulado “Learning Interrupted” foi lançado em 24 de janeiro, Dia Internacional da Educação, e pela primeira vez analisou a relação entre eventos climáticos e o fechamento ou interrupção das atividades escolares, abrangendo desde a educação infantil até o ensino médio.
No Brasil, os impactos também foram significativos: mais de um milhão de crianças e adolescentes tiveram a rotina escolar afetada por desastres climáticos ao longo do ano passado, evidenciando a vulnerabilidade do sistema educacional frente às mudanças climáticas.
A chefe de Educação do Unicef no Brasil, Mônica Pinto, fala das iniciativas implementadas no país para lidar com esses fenômenos: “nós temos atuado na produção de materiais para disponibilizar aprendizagem de qualidade de crianças e adolescentes. Então, a gente vem distribuindo materiais simples e de fácil distribuição pelos territórios, com linguagem adequada, para que comunidades do campo, quilombolas, indígenas, ribeirinhas rapidamente possam se apropriar desses materiais”.
Somete em abril de 2023, mais de 118 milhões de estudantes foram afetados pelo clima em todo o mundo. Bangladesh e Filipinas registraram fechamento de escolas naquele mês, enquanto o Camboja reduziu o horário escolar em duas horas. Em maio, as temperaturas subiram para 47°C no Sul da Ásia, o que causou risco de insolação. Já no Afeganistão, além das ondas de calor, inundações repentinas danificaram ou destruíram mais de 110 escolas em maio. Os impactos mais frequentes ocorreram em setembro, início do ano letivo no hemisfério norte. Pelo menos 16 países suspenderam as aulas no período devido a fenômenos meteorológicos extremos, como o tufão Yagi, que afetou 16 milhões de crianças na Ásia Oriental e no Pacífico.
De acordo com a análise, o Sul da Ásia foi a região mais afetada, com 128 milhões de estudantes com atividades escolares interrompidas por conta do clima no ano passado.
Redação com Agência Brasil Foto: Tânia Rêgo/AB
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