Saúde

Coquetel de anticorpos contra artrite reumatoide tem sucesso em testes iniciais

Um experimento obteve sucesso em usar um “coquetel” de anticorpos para tratar artrite reumatoide. Em estudo publicado na sexta-feira, um grupo de cientista mostrou que a técnica foi capaz de oferecer melhora de longo prazo às cobaias ( canudinhos) e preveniu danos aos ossos com maior eficácia do que os tratamentos simples de anticorpos, que já vem sendo usados hoje.

No artigo da revista Science Translational Medicine, os pesquisadores, liderados por Nadine Biesemann, da divisão de pesquisa da Sanofi na Alemanha, relatam como escolheram versões específicas dessas moléculas do sistema imune para tratar os roedores. A pesquisa obteve sucesso também em culturas de células humana, e os cientistas afirmam que o estudo já abre porta para um teste da terapia em humanos. A artrite reumatoide é uma doença auto-imune, ou seja, na qual o sistema imune adquire uma anomalia que o faz atacar células saudáveis do organismo, e não apenas vírus células tumorais, que seria o normal. A doença afeta sobretudo os ossos e cartilagens na região das articulações, causando dor, inchaço e rigidez. Em casos mais graves, pode atacar órgãos como nervos, pulmão e coração.

Os tratamentos mais modernos para a doença consistem de anticorpos monoclonais, proteínas de ataque do sistema imune feitas sob medida, para neutralizar moléculas envolvidas no mecanismo biológico da doença. As causas específicas da artrite reumatoide não são conhecidas, mas médicos conhecem razoavelmente bem os hábitos que elevam o risco de adquiri-la, bem como genes que tornam as pessoas mais propensas à enfermidade.

O que o estudo da Sanofi fez agora foi combinar dois tipos de anticorpos que já vinham sendo usados para tratar a doença. Um deles ataca uma molécula chamada “fator de necrose tumoral” (TNF) e outro alveja interleucina 6 (IL-6). Ambas fazem parte das peças e mal funcionamento do sistema imune nos pacientes com a doença.


Ambas já vinham sendo usadas isoladamente para tratar a artrite reumatoide. Para o estudo, os cientistas criaram “nanocorpos”, que são na verdade pedaços de anticorpos que possuem as partes mais importantes dessas proteínas.
“Apesar das terapias bem-sucedidas, incluindo anticorpos contra receptores da TNF e da IL-6, apenas 20 a 30% dos pacientes apresentam remissão. Estudamos então se a inibição de TNF e IL-6 resultaria em maior eficácia”, escreveram Biesemann e os pesquisadores no estudo.


Os pesquisadores postularam a hipótese de que essas duas moléculas teriam maior chance de frear a doença, porque quando estão em mal funcionamento elas causam anomalias em células FLS, que em estudos recentes vem sendo apontadas como uma peça importante do mecanismo da artrite reumatoide.
“Nós conseguimos identificar efeitos substanciais em proteínas-chave no desenvolvimento da doença”, escrevem os pesquisadores. “Estudos clínicos a caminho deverão informar qual a eficácia de compostos conjuntos de nanocorpos anti-TNF e anti-IL6 para romper o limite da eficácia desses tratamentos para artrite reumatoide.”

Redação com veículos/ foto O Globo .

E-mail: redacao@blogdellas.com.br

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