Com união de pelo menos dois candidatos oposição já estaria no segundo turno
A oposição que, pela primeira vez em muitos anos, enfrenta o PSB com jovens e promissores candidatos, ao ponto de ter conseguido, na reta final, que todos empatassem com o candidato oficial Danilo Cabral, se encontra em uma encruzilhada: se não conseguir levar Raquel, Miguel ou Anderson para o segundo turno, vai pagar o preço da desunião e de mais uma oportunidade perdida para o grupo socialista que está há 16 anos no poder.
Os próprios números das pesquisas desta semana são claros: tivessem pelo menos dois deles se juntado e a esta altura era impossível o PSB alcançá-los. Estariam no segundo turno para enfrentar Marília Arraes. Essa pedra foi cantada diversas vezes nos bastidores das três candidaturas e dois personagens lutaram para que pelo menos Raquel e Miguel se entendessem: Mendonça Filho e Armando Monteiro.
Numa união entre os dois candidatos eles aceitariam qualquer missão. Como não houve o diálogo esperado, se negaram a disputar o senado. Agora a torcida em todos os palanques oposicionistas é para que, se um dos três candidatos chegar lá, Mendonça e Armando consigam promover, enfim, a união não conseguida já no primeiro turno. Terá sido tarde? Só o tempo e as circunstâncias vão mostrar.
Estratégia de barrar Danilo no interior
Assim como Raquel e Miguel conseguiram, cada um de um lado, barrar o crescimento de Danilo no interior, juntos, unindo agreste e sertão, eles estariam hoje, tranquilamente, disputando em igualdade de condições o voto metropolitano. Agora terão que torcer para que a máquina moedora do PSB, que tem sido colocada pra funcionar a todo vapor, dê chabu no dia 2 de outubro.
Troca de farpas
O que mais se teme hoje nos bastidores oposicionistas é que a troca de farpas entre Miguel, Raquel e Anderson acabe atrapalhando negociações futuras. Pelo menos na TV o discurso ainda está brando mas não se pode dizer o mesmo de declarações nas redes sociais. Nesse momento o próprio Danilo tem sido esquecido – como se fosse carta fora do baralho – para as discussões paroquiais e o disse-me-disse entre eles ganhar corpo e se alastrar.
Roberto Freire na vanguarda
O ex-deputado federal pernambucano Roberto Freire, atual presidente nacional do Cidadania, está ganhando muitos elogios pela busca incessante de atualização. Começou pela transformação do antigo PCB em PPS e agora em Cidadania, numa progressão geométrica. Recentemente colocou uma mulher trans, Mari Valente, arquiteta e urbanista, na direção nacional do partido e esta semana, eleitor de Brasília, gravou um vídeo pedindo votos para ela que é candidata a deputada federal no DF.
Frente Popular nega mobilização do dia D
A Frente Popular nega que esteja preparando uma mobilização de militantes no Recife para o dia da eleição, como consta de documento com a logomarca do PSB divulgado pela imprensa esta sexta-feira. Ele contém, de forma pormenorizada, inclusive com nomes das pessoas, a arregimentação de 3 mil “voluntários” só no Recife para atuar nas seções eleitorais no dia da eleição. Na nota em que nega autoria da peça a Frente fala que recebe “sugestões de atuação de eleitores desde o início da campanha, mas sem obrigação de acatá-las”, deixando a entender que se tratou de uma sugestão apenas.
Pergunta que não quer calar: O que a Frente Popular pretende fazer até o dia eleição para levar Danilo Cabral a conseguir pelo menos mais 4 a 5 pontos nas pesquisas?
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