Com receio de perder presidência de comissões, Governo Raquel envazia reunião da Alepe
Uma situação inusitada aconteceu esta manhã na Assembléia Legislativa quando a reunião de Comissão e Justiça já contava com a presença dos seus nove membros para escolha do presidente e vice e não pode deliberar porque a deputada Débora Almeida, do PSDB, mesmo partido da governadora, e que já tinha assinado a folha de presença (comprovante abaixo), se ausentou do recinto e não mais voltou. Como o regimento da casa exige que todos os titulares estejam presentes na hora da votação, o presidente do encontro, deputado Antonio Moraes, foi obrigado a encerrar os trabalhos convocando nova reunião para esta quarta-feira.
Antes da reunião já se via uma grande movimentação na Alepe e parecia que tudo ia correr bem mas uma informação de última hora mudou o clima: descobriu-se que a Federaçao PT/PCdoB/PV, que tinha feito um acordo com o Governo para votar com o candidato a presidente Antonio Moraes (PP), desde que o presidente da comissão de administração fosse o deputado Joaquim Lira (da Federação), descobriu que Joaquim corria o risco de não se eleger e decidiu lançar a candidatura a presidente da Comissão de Justiça do deputado João Paulo Lima(PT) que contava com os votos necessários para vencer a disputa.
Ao saber disso e receber algumas ligações que, segundo deputados, eram do Palácio, Débora saiu da sala e não mais voltou, impedindo a formação do quórum para deliberação. “Em 24 horas muita coisa pode acontecer” disse um deputado de oposição explicando ser impossível prever o que vai ocorrer amanhã quando, não só a Comissão de Justiça mas também as de Finanças e Administração (as três principais), terão que escolher seus dirigentes tendo ou não o quórum exigido. Mesmo deputados da base governista reclamaram nos bastidores da falta de articulação do Palácio neste início de Governo. “É bom que isso aconteça para esse pessoal aprender a dar valor ao Poder legislativo”- afirmou um deles.
Manobra uniu esquerda e União Brasil
Na verdade, no momento em que o presidente Álvaro Porto não conseguiu na segunda à noite fazer valer a proposta de um consenso para que o Governo ficasse com as presidências de Justiça e Finanças e abrisse mão da Comissão de Administração para o PSB, que as coisas azedaram. O União Brasil, que está na base mas tem um candidato a presidente da comissão de Finanças, o deputado Antonio Coelho, viu nisso uma oportunidade de fortalecer o seu candidato em detrimento da deputada Débora Almeida, indicada pelo Palácio. Decidiu então convencer o PSB a votar em Antonio nas Finanças e tirou o apoio a Joaquim Lira, da Federaçao do PT, na Comissão de Administração. Isso rompeu o acordo da Federação com os governistas e o PSB mobilizou até a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para convencer João Paulo a bater na chapa na comissão de justiça.
O deputado Waldemar Borges (PSB) que falou antes de ser encerrada a reunião da Comissão de Justiça, disse “lamento que isso tenha acontecido e é muito grave. A deputada Débora Almeida se ausentou depois de assinar presença e se não o fez por um motivo de força maior, o Governo começa mal na condução deste tipo de episódio”. Falaram ainda no mesmo tom os deputados Sileno Guedes(PSB) e Alberto Feitosa(PL). Feitosa se comprometera com a oposição a votar em João Paulo, assim como o deputado Romero Albuquerque, do União Brasil.
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