Com Marília e Teresa PT pode viver novo momento em Pernambuco

 

O cientista político pernambucano Antônio Lavareda declarou esta semana, a respeito do resultado das pesquisas para governador e senador de Pernambuco, que “é quase tão difícil Teresa Leitão ser alcançada pelos seus adversários ao Senado, quanto Marília ser alcançada na disputa pelo Governo de Pernambuco”. Fazendo sua análise semanal da campanha na Rádio Jornal, ele ponderou que é preciso aguardar o resultado da eleição, ou algum surpresa de última hora, mas, pelo andar da carruagem, Marília Arraes está garantida no segundo turno e Teresa Leitão dificilmente perde a eleição do senado.

A se confirmar esta assertiva, baseada no fato de tanto Teresa quanto Marília estarem bem distante dos seus adversários que, nos dois casos, empatam no segundo lugar o que dificulta a subida repentina de qualquer um deles, o PT de Pernambuco sai vitorioso desta primeira fase da eleição, quer pela base, que optou por Marília, quer pela direção, que optou por Teresa.

Como a eleição do senado só tem um turno, a sorte de Teresa vai ser jogada neste domingo. Já Marília vai precisar esperar o 2.o turno para tentar chegar lá. Confirmando-se a vitória de Lula, e caso seja eleita governadora, ela não vai resistir aos apelos para voltar aos quadros do PT, de onde saiu por desentendimentos com o PSB e lá encontrará Teresa que, em tempos recentes, marchou com ela em busca da independência do partido no estado. Teresa só aceitou ser candidata ao senado convencida por Lula da necessidade que tinha do apoio nacional do PSB.

As bençãos de Lula

Na verdade, o PSB está há 16 anos no poder em Pernambuco com a colaboração, direta ou indireta, do PT. Entre tapas e beijos as duas legendas foram se compondo ao longo dos anos. Como o PSB tinha grandes líderes como Miguel Arraes e Eduardo Campos esteve sempre com a primazia. Após a morte dos dois, os socialistas improvisaram líderes apolíticos como Geraldo Júlio e Paulo Câmara, eleitos sob efeito da comoção criada após a morte de Eduardo. Nesta eleição o desespero bateu e o jeito foi o partido fazer o possível e o impossível para ter as bençãos de Lula sobre o candidato Danilo Cabral. Mas aí Marília virou uma pedra no meio do caminho.

A encruzilhada do segundo turno

Se, neste domingo, for Danilo o escolhido para ir ao segundo turno enfrentar Marília o PSB ainda terá uma sobrevida. Senão vai, de agora em diante, ser obrigado a depender dos petistas para seguir em frente. No PT pernambucano o líder mais próximo dos socialistas é o senador Humberto Costa que sempre foi favorável a uma composição mas este ano tentou dar o pulo do gato, providenciando, junto com o governador Paulo Câmara, uma pesquisa onde aparecia em primeiro lugar para o governo. Defendeu junto a Lula sua candidatura com Paulo disputando o senado mas o PSB não aceitou.

Mulheres na Alepe

Com 10 mulheres deputadas estaduais na atual legislatura, a bancada feminina eleita em 2018 foi, numericamente, a mais forte da história da Assembléia Legislativa. O feito se repete este ano? Dificilmente. As previsões são de que, embora a bancada feminina vá crescer na Câmara Federal, ela deve diminuir de tamanho na Alepe. Até deputadas que sempre batalharam pela presença de mais mulheres na política, como as deputadas Teresa Leitão e Simone Santana, estão pessimistas. Acham que se as eleitas chegarem a 7 ou 8 será surpresa. Hoje só se tem como certa a presença de cinco.

Pergunta que não quer calar: Como vai ficar o PSB se neste domingo o candidato Danilo Cabral não conseguir chegar no segundo turno?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

Compartilhar