Com 13 pontos de diferença entre elas, na média das pesquisas, Raquel e Marília vão à luta em busca de votos

 

O agregador de pesquisas neste segundo turno, feito com base nos levantamentos até agora realizados, aponta a candidata Raquel Lyra com 56,8% das intenções de voto e Marília Arraes com 43,2%. A diferença de 13 pontos, calculada pelo estatístico e economista Maurício Romão, colaborador do blogdellas, levou as duas candidatas a dedicar este último final de semana de campanha à busca direta pelos votos. Raquel ganhou o sertão – região onde obteve o menor percentual de sufrágios no primeiro turno – percorrendo Petrolina, Ouricuri, Salgueiro, Serra Talhada, Floresta e Arcoverde – e Marilia permaneceu na Região Metropolitana, na qual Raquel teve mais votos do que ela na primeira fase.

Quem adotou a melhor estratégia? Do ponto de vista de explorar os locais mais adversos as duas tomaram as decisões acertadas mas, pelo resultado das mobilizações realizadas, a candidata do PSDB se saiu melhor. Juntou multidões onde esteve, consagrou em Petrolina o apoio de vários partidos – do PT ao União Brasil – e em todos esses locais, nos quais Lula teve mais de 70% das intenções de voto, ela sentiu de perto a força do voto Luquel (Lula e Raquel). Em Serra Talhada onde a prefeita Márcia Conrado, do PT, a apóia o vermelho do PT misturou-se com o lilás da candidata nas ruas e em ambientes fechados.

Marília fez as mini-carreatas programadas no Grande Recife mas em todas apareceu com um ou dois vereadores, apenas. Só no sábado teve a presença do deputado e ex-prefeito João Paulo. No maior evento da campanha petista do final de semana e que reuniu uma multidão em Olinda, Marília levou falta. Nesse evento estava prevista a presença da ex-presidente Dilma Rousseff que acabou não vindo porque a campanha de Marília alegou que ela já tinha pré-agendado as carreatas e não podia mudar a programação. O episódio foi contornado pelo PT que manteve a manifestação dos blocos carnavalescos em torno da eleição de Lula. Pior que, no final, João Paulo, que estava com Marília no Ibura, foi depois para Olinda e chegou a tempo de participar da manifestação.

Ausência sentida

Aos dirigentes do PT que tentaram convencê-la a ir a Olinda, Marília alegou que as pessoas que estariam lá já votavam nela e seria mais proveitoso cumprir as mini-carreatas pois abrangeria um publico maior. As reclamações porém foram muitas, segundo uma fonte petista. Os manifestantes, que ocuparam as ruas da cidade alta, não entenderam a ausência dela do evento, o maior da campanha deste ano realizado pelo PT e PSB. O outro foi a grande caminhada com Lula pelas ruas do Recife.

Tiro no pé

A conclusão dos analistas políticos ouvidos ontem sobre a resistência à prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson que atirou e feriu policiais federais foi a de Jefferson pode ter dado um tiro no pé do presidente Jair Bolsonaro, em sua campanha pela reeleição. No momento em que o presidente-candidato tenta melhorar sua imagem na TV e em declarações, um apoiador seu, em prisão domiciliar, reúne munição, ataca uma ministra do Supremo e ainda atira nos policiais que estavam cumprindo seu dever. Pior impossível.

Até ministro mobilizado

A beligerância do ex-parlamentar chegou ao ponto de Bolsonaro deslocar o ministro da justiça Anderson Torres para ir ao Rio, na residência de Jefferson, convencê-lo a se entregar. Incomodado, o presidente precisou divulgar duas notas. Na primeira condenou a atitude do militante bolsonarista e na segunda se solidarizou com os policiais federais feridos na ação. Em tempo: policiais em geral fazem parte dos simpatizantes de Bolsonaro e pegou muito mal no meio deles o fato de o presidente, logo na primeira nota, ter esquecido dos agredidos.

Pergunta que não quer calar: como vai estar o clima político no Brasil nesta última semana de campanha presidencial?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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