Rusgas de Raquel com o PSB continuam apesar das duas vitórias da ex-prefeita

 

 

Em 21 de março de 2016, a então deputada estadual Raquel Lyra, filiada ao PSB desde 2007, ocupou a tribuna da Assembléia Legislativa para anunciar a sua saída do partido e a filiação ao PSDB. “Eu não saí do PSB. Me tiraram de lá” – disse ela externando seu desagrado porque o partido lhe negou legenda para disputar a prefeitura da cidade, depois de um acordo claro sobre isso. “Fui avisada que não poderia ser candidata sem qualquer direito ao contraditório “e pontuou: “da escola que vim, aprendi que política se faz com palavra, compromisso e coerência”.

Eleita prefeita naquele ano pelo PSDB e reeleita quatro anos depois, Raquel assistiu, neste ano de 2022, seu antigo partido ser derrotado no primeiro turno e ela própria ser eleita governadora no segundo turno, fazendo duras críticas aos socialistas. O sabor de impingir duas derrotas seguidas a seu antigo partido parece não ter sido suficiente para apagar as mágoas dos dois lados. Raquel escolheu para vice e agora sua companheira direta de trabalho a deputada Priscila Krause, a mais ferrenha oposicionista na Alepe durante as gestões do PSB e entregou-lhe a missão de coordenar a transição.

Quando o maior objetivo dos socialistas era derrotar Marília Arraes, que os enfraqueceu sobremaneira e ajudou a derrotar o candidato a governador Danilo Cabral, parecia que os problemas de relacionamento eram coisa do passado, mas esta semana se percebeu que eles continuam. Paulo não recebeu Priscila quando ela foi a Palácio iniciar a transição e mandou recado a Raquel que passou a campanha inteira falando que resolveu o problema da violência em Caruaru. Ao visitar o Batalhão Integrado Especializado da PM que instalou naquele município o governador afirmou “o recuo da violência ocorreu logo nos meses seguintes da instalação e foi aprofundado ao longo desses cinco anos”.

Para se recuperar PSB precisa recompor-se

Na verdade, o PSB, o maior derrotado das eleições deste ano, foi responsável por ter enfrentado a mais dura campanha dos seus 16 anos de poder. Todos os candidatos que disputaram com chance saíram do partido por discordâncias internas e Marília, apesar de petista até recentemente, sempre teve um pé atrás com os socialistas. Miguel Coelho e Anderson Ferreira, assim como Raquel, foram socialistas no passado e foram fundamentais para que vitória da ex-prefeita de Caruaru acontecesse.

Durando e Junior Vilela

O prefeito de Petrolina, Simão Durando, deu posse esta sexta-feira ao jornalista Junior Vilela como secretário de imprensa. Vilela ocupou o cargo em todo a gestão do ex-prefeito Miguel Coelho e o acompanhou na campanha. Só teve tempo de tirar um descanso e está de volta ao batente.

A imprensa de Raquel

Já a governadora Raquel Lyra tem três opções para responder pela área de imprensa em sua administração: a jornalista Daniela Brito, que a assessorou toda a campanha, o jornalista Ricardo Almoedo que, por alguns anos, foi responsável pelo setor na gestão de Raquel em Caruaru e também o jornalista Manoel Medeiros, que faz parte da equipe de transição e sempre assessorou Priscila Krause, desde a época em que ela era vereadora.

Eduardo Leite e Raquel

Os entendimentos entre a governadora eleita Raquel Lyra e o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite não se restringem à área política. Esta quinta os dois se sentaram à mesa junto com a vice Priscila Krause para trocar figurinhas administrativas. Leite é o primeiro governador do Rio Grande a conseguir se reeleger. Ainda no avião de volta ele postou foto dos três, agradeceu a recepção que teve e a oportunidade da troca de experiência.

Pergunta que não quer calar: Raquel vai ficar calada diante das indiretas do governador?

 

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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