Raquel, por enquanto, opta por técnicos com perfil político para sua equipe

Técnicos com sensibilidade política. Foi este, em resumo, o perfil que a governadora eleita Raquel Lyra traçou para seu secretariado na primeira entrevista concedida após a posse a uma emissora de TV. Se ainda havia dúvidas sobre o assunto, elas podem estar se dissipando. Esta quarta-feira ao definir os nomes do seu time na equipe de transição do governo ela foi fiel ao que dissera. De político só a vice e coordenadora Priscila Krause, que, como a própria governadora havia falado, vai governar junto com ela. No mais são todos técnicos. Cinco eram secretários de Caruaru – Eduardo Vieira, Túlio Vilaça, Ana Maraíza, Bárbara Florêncio e Carolina Cabral. Os demais são Fernando Holanda, que coordenou o programa de governo da então candidata, Nayllê Rodrigues que era responsável pela Central Permanente de Licitação da Prefeitura de Caruaru e Manoel Medeiros, economista e jornalista, da extrema confiança da vice Priscila.
Isso pode não significar que Raquel vai fechar inteiramente a porta para os políticos mas, num primeiro momento, a decisão foi como chuva de e água fria para quem estivesse esperando ser lembrado. Esta semana na Assembleia, por exemplo, as rodas de conversa dos deputados giravam em torno de pelo menos dois políticos para compor a futura equipe: Daniel Coelho e Guilherme Coelho que, apesar de terem o mesmo sobrenome, não são parentes. Os dois giram no rol dos políticos com capacidade técnica, podendo virar a exceção que justifica a regra: Guilherme tem experiência na agricultura e Daniel no meio-ambiente. Mas ninguém se arrisca a imaginar o que passa pela cabeça da governadora.
Raquel, porém, tem pano pras mangas para compor como desejar sua equipe. Foi para o segundo turno com apenas dois pequenos partidos no estado: PSDB e Cidadania. No segundo turno teve apoio de quase todos mas não assumiu compromisso com ninguém. Mas como vai quietar a tropa que foi pra rua acompanhá-la e pedir votos? É difícil saber até porque o estado não é Caruaru. Lá, por conta da visão excessivamente técnica, ela acabou se desentendendo com a Câmara de Vereadores e passou por maus lençóis. Foi o seu vice e atual prefeito Rodrigo Pinheiro que caiu em campo para contornar as dificuldades. Aqui ela tem uma Assembléia Legislativa para lidar e seu partido só fez três deputados dos 49 eleitos.
Mostrando suas prioridades
Ontem, em Brasília, durante reunião com a bancada federal pernambucana que está definindo para que obras ou ações destinar emendas no orçamento do próximo ano, Raquel citou suas três prioridades : conclusão o mais breve possível da Etapa 1 da Adutora do Agreste, conservação e recuperação dos ativos e infraestrutura da Br-232 e recursos para custeio da saúde.
Gal e Boldrin
A Cultura brasileira perdeu ontem dois ícones: a cantora Gal Costa, a voz mais expressiva da MPB e o cantor e compositor Rolando Boldrin. Com 86 anos, Boldrin faleceu no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado há dois meses. Gal não estava internada embora há algum tempo tenha sido operada e tirado um nódulo no nariz. As famílias não reveleram a causa das mortes de nenhum dos dois.
Noronha à espera
A falta de diálogo entre o governo federal e o estadual este ano levou Pernambuco a enfrentar um vexame nacional com a obstrução de parte da pista do Aeroporto de Fernando de Noronha. Ontem a Anac cobrou do governador Paulo Câmara as obras de recuperação iniciadas só depois que a agência interditou o aeroporto. O governo diz que 65% foram concluídas e até o final do ano concluirá. Se não fizer isso centenas de turistas que pensavam em passar as festas natalinas na ilha terão que cancelar seus pacotes, gerando enorme prejuízo.
Pergunta que não quer calar: qual vai ser o primeiro político a fazer parte da equipe de Raquel?
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