Raquel divulga primeiros nomes e prestigia mulheres, negros e combate à corrupção

 

A nova governadora Raquel Lyra divulgou esta quinta-feira, como prometeu, os primeiros nomes de sua equipe de secretários. Os oito inicialmente escolhidos vieram carregados de certo simbolismo. Primeiro de gênero – 4 homens e 4 mulheres – segundo de inclusão, com a escolha de Regina Célia Barbosa, uma militante negra de destaque, para a secretaria da mulher, e terceiro de compromisso com o combate à corrupção. A delegada da PF Carla Patrícia Cunha, primeira mulher que vai chefiar a secretaria de defesa social, foi também a primeira mulher a comandar a PF no estado, sendo afastada em 2021, por ordem do presidente Bolsonaro, após comandar a operação Apnéia, que investigou a compra de respiradores pela Prefeitura do Recife.

O deputado federal Daniel Coelho será secretário de turismo e lazer. Com muita inserção na área, pode fazer um bom trabalho. Ele preferia a secretaria de desenvolvimento urbano e habitação que foi para Simone Benevides, alta funcionária da Caixa Econômica. Nesta secretaria está o setor de transportes, o que não poderia render bons frutos a Daniel nos próximos dois anos, caso ele deseje ser candidato a prefeito do Recife. A área é polêmica e produz mais problemas do que soluções nos dois primeiros anos. Só com resultados claros pode trazer dividendos.

Silvério Pessoa para a cultura é uma inovação. Muito querido na classe artística ainda não foi testado na burocracia do poder público mas parece nome inconteste. Rodolfo Costa Pinto, da área de comunicação, é filho do jornalista Lula Costa Pinto. Rodolfo trabalhou na campanha de Raquel na área de pesquisas e marketing e teve seu desempenho muito elogiado por ela. O presidente da Empetur, Eduardo Loyo, é de uma família de empresários do setor de turismo. A jornalista Daniela Brito foi uma fiel assessora de Raquel durante a campanha e antes era assessora do presidente do PSDB, Bruno Araújo.

O recado de Miguel

Miguel Coelho, que disputou o mandato de governador junto com Raquel – os dois chegaram a discutir a possibilidade de se unir ainda no primeiro turno – soltou uma nota oficial ontem para dizer que não foi convidado para participar da equipe da nova governadora. Na verdade, ele foi o primeiro a declarar apoio a ela tão logo terminou o primeiro turno e os dois chegaram a se reunir várias vezes nos últimos dias. Miguel ficou incomodado com as especulações de que seria secretário ou indicaria alguém. Disse que não existe uma coisa nem outra mas que ajudará Raquel e torcerá por ela como prometeu desde o início.

Paulo não chegou lá

Apesar dos esforços do PT de Pernambuco, o governador Paulo Câmara não conseguiu ser ministro. Deve assumir um cargo no segundo escalão, mesmo destino da deputada federal Marília Arraes. O partido de Marília, o Solidariedade, só elegeu quatro deputados federais e perdeu, por isso, o direito de ter alguém na Esplanada. Pernambuco ficou com os ministérios da Defesa com José Múcio, Ciência e Tecnologia com Luciana Santos e Pesca e Aquicultura com André de Paula.


Desentendimentos prejudicaram

Fica cada vez mais claro que os desentendimentos que marcaram as eleições deste ano em Pernambuco no campo da esquerda, com a decisão de Marília Arraes de abrir uma dissidência no grupo, acabaram prejudicando os dois lados. Nem o PSB nem o PT estadual foram considerados na montagem do ministério de Lula. O contrário do que ocorreu com a esquerda da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí que conquistaram importantes pastas.

Pergunta que não quer calar: qual será o futuro do PSB pernambucano que só conta com a Prefeitura do Recife para se reestruturar?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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