Raquel anuncia secretariado e define grupo político

 

Ao anunciar seu secretariado esta quinta-feira, a nova governadora Raquel Lyra estará também definindo também o seu grupo político e o tamanho que ele pode ter. Eleita com pouquíssimos apoios no primeiro turno ao ponto de só eleger três deputados estaduais e nenhum federal – coisa jamais vista no estado – à medida que ela incluir lideranças políticas significativas e partidos idem passa a ter envergadura não só para governar sem sobressaltos como para ajudar a eleger prefeitos em 2024 e se credenciar para, se desejar, enfrentar a campanha da reeleição em 2026.

Sabe-se que estão no radar da governadora além do seu partido, o PSDB, legendas como o União Brasil, PP, MDB, PL, Podemos e Avante. O PSB e a Federação PT/PCdoB e PV já manifestaram desejo de estar na oposição, posição que também pode ser adotada pelo Solidariedade, de Marília Arraes. Essas legendas somadas elegeram 25 dos 49 deputados estaduais, o que seria um atropelo caso todos os deputados eleitos por elas estivessem dispostos a ser oposição. Não é isso, porém, que está acontecendo. Até o PSB tem dissidências na sua bancada com os deputados Rodrigo Novaes, Danilo Godoi e Jarbas Filho decididos a apoiar a governadora. Há dissidência também na Federação e até no Solidariedade.

A composição do secretariado e do segundo escalão vão definir até que ponto a governadora vai poder crescer em apoio político. Por isso pessoas próximas a ela celebraram o fato de a mesma ter aparentemente desistido de um secretariado exclusivamente técnico para incluir políticos e, evidentemente, seus partidos. Políticos com os quais ela conversou nos últimos dias saíram animados do diálogo. Há uma semana temiam não se estender ou serem surpreendidos com uma equipe desconhecida.

Liderança

Além da formação de sua base de apoio na Alepe, Raquel vai precisar de muito tirocínio para acompanhar e influir na composição da mesa diretora da Assembléia, a ser eleita no início de fevereiro. Há dois candidatos a presidente de sua base e mais de seis candidatos a primeiro secretário de partidos da base mas, sobretudo, d e oposição. Ela terá que definir ainda seu líder na Alepe escolhendo alguém de absoluta confiança e disposição para estar diariamente na casa, como aconteceu com Isaltino Nascimento nos dois mandatos de Paulo Câmara.

TCE outra força

A governadora conta com dois trunfos para negociar com a Alepe. A conselheira do TCE, Teresa Duere, se aposenta no meio do ano e sua vaga é da Assembléia. Nesses casos a governadora tem grande força porque pode fechar com um nome que seja apoiado por toda a sua base. Também está para se aposentar em 2024 o conselheiro Carlos Porto e a vaga, mais uma vez, é da Alepe.

Toque de recolher

Brasília vai viver um verdadeiro toque de recolher de agora até o próximo domingo. Para garantir segurança na posse do presidente Lula, o ministro do STF Alexandre de Moraes proibiu o uso e porte de armas por civis na capital federal. Além disso foram mobilizados 10 mil policiais militares do DF que já começam a ocupar as ruas e a Força de Segurança Nacional, convocada pelo ministro da justiça de Bolsonaro, Anderson Torres.

Maria Fernanda na Esplanada

María Fernanda Coelho, a pernambucana
que foi presidente da Caixa no Governo Lula e estava cotada para ministra, foi anunciada esta quarta como secretária executiva da Secretaria Geral da Presidência. Pela função pode despachar com o presidente. Ela é tia do deputado federal Daniel Coelho apesar de ambos estarem em campos políticos opostos.

Pergunta que não quer calar: o MDB vai estar representado no secretariado de Raquel?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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