Estilo de Raquel preocupa classe política

 

Sem confirmação do secretariado a poucos dias da posse – nem os nomes principais foram revelados – o estilo da nova governadora Raquel Lyra começa a preocupar até seus aliados mais fiéis. Como dia 2 de janeiro os secretários serão empossados e, imediatamente, começar a trabalhar, uma pessoa próxima a ela informou esta segunda-feira a este blog que a demora pode prejudicar o andamento da administração nos primeiros meses, normalmente tidos como de trégua pela oposição mas nos quais o governo deve funcionar a todo vapor para evitar hiatos em secretarias importantes.

Quando foi eleita prefeita de Caruaru – e ela costuma lembrar isso – Raquel só revelou o secretariado na véspera da posse mas deputados comentam na Assembleia que “uma coisa é Caruaru e outra o estado de Pernambuco”. Ressaltam que a receita em relação a um município, mesmo importante, pode não dar certo no estado. “Esses possíveis secretários já deveriam, a essa altura, estar mergulhando na situação de suas pastas até para formar suas equipes. Quanto mais tempo demorar vai ficar mais difícil”- revelou um deles que está na base aliada.

Raquel, diga-se de passagem, tem estabelecido um controle absoluto das pessoas com as quais tem conversado, sondado ou convidado para integrar o primeiro escalão. Não se ouve um pio de ninguém. Ela conseguiu estabelecer um pacto de silêncio até com os escolhidos, para que nada vaze. Comenta-se na Alepe que a esta altura só duas pessoas devem estar na posse de todas as informações, ela própria e a vice Priscila Krause. Nem mesmo o fiel deputado federal Daniel Coelho tem acesso. O objetivo seria evitar pressões políticas já que a configuração seria de uma equipe “técnica com sensibilidade política”, o que pressupõe um número mínimo de políticos aproveitados. Vai dar certo? Só o tempo dirá.

Fazer diferente

Para quem estranha seu comportamento reservado e até lento no que se refere ao secretariado, Raquel tem dito que “não foi eleita para fazer igual aos homens mas para, como mulher, agir diferente”, demonstrando despreocupação com as críticas. Recentemente foi mais além : “ podem ter certeza que no dia 2 de janeiro, como é de praxe, darei posse a todo o secretariado”. Para evitar que a escalação da equipe venha a público em frações ela está conversando com os possíveis secretários mas sem revelar a pasta que vão ocupar. Fala de possibilidades mas não fecha a conversa”.

Creches estaduais

Ao apresentar ontem o relatório da transição, a vice-governadora Priscila Krause disse que no Governo Raquel o estado não vai deixar as creches sob responsabilidade apenas dos prefeitos “as creches, assim como a primeira infância, passam a ser uma preocupação também do estado. Nesse sentido vamos trabalhar diretamente com os prefeitos”. Afirmou que o Ceará fez isso e está tendo excelentes resultados.

Paulo na berlinda

Será esta terça-feira o encontro do governador Paulo Câmara com o presidente Lula quando deve ser batido o martelo sobre a sua participação no Governo Federal. Com o apoio de todas as lideranças do PT de Pernambuco, o governador só foi defendido até agora no âmbito do PSB pelo deputado federal Pedro Campos. No entorno de Lula o nome dele continua cotado só para o segundo escalão devido a verdadeira guerra entre os partidos para ocupar os 16 ministérios restantes.

Simone em planejamento ou cidades

A senadora Simone Tebet pode ficar com Planejamento ou Cidades. O ministro da economia Fernando Haddad defende no Planejamento alguém mais próximo dele. Além disso Simone tem exigido para aceitar a pasta a permanência nela dos bancos públicos. O Ministério das Cidades está na cota do MDB, partido de Simone, ou do PSD, de Kassab. O Partido Solidariedade, de Marília Arraes, dificilmente terá direito a um ministério.

Pergunta que não quer calar: quem está com razão sobre a situação financeira do estado, Paulo Câmara ou Priscila Krause?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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