Esquerda se articula para tentar assumir Primeira Secretaria da Assembléia

 

Consciente de que, pelo andar da carruagem, a presidência da Alepe ficará entre os deputados estaduais Antonio Moraes ou Álvaro Porto, a bancada de esquerda na Assembléia Legislativa, formada pela Federação PT/PCdoB/PV, PSB e Solidariedade, iniciou articulação esta segunda-feira para tentar ocupar a 1.a secretaria, o cargo mais importante depois da presidência. O 1.o secretário é uma espécie de prefeito do Poder Legislativo pois administra toda a casa.

A Federação, que tem oito deputados após articulação com o PSOL, está praticamente fechada em torno do deputado Doriel Barros, do PT, que vem trabalhando nos bastidores há dois meses com este objetivo. O problema é que o PSB, com 13 deputados, tem quatro pré-candidatos ao mesmo posto – Simone Santana, Rodrigo Novaes, Danilo Godoi e Aglaison Junior – e o Solidariedade, com quatro parlamentares, tem um pré-candidato, o deputado Gustavo Gouveia. Se conseguir um consenso, a esquerda não só garante a 1.a secretaria como pode ter forte influência na composição geral da mesa diretora. Só esses partidos citados têm 25 deputados, a maioria da casa, que é constituída de 49 parlamentares.

O problema é o controle dos votos que são secretos e nada impede que um ou outro deputado fique secretamente dissidente. Por isso, o deputado Doriel Barros afirmou a este blog que “o ideal será um consenso em torno de todos os cargos da mesa diretora a partir do posicionamento dos partidos. Sabemos – completou – que não é saudável ter um presidente submisso ao Executivo mas também temos consciência de que dificilmente se consegue eleger um presidente de oposição. Além disso o momento é de praticar o diálogo, como o presidente Lula está fazendo e a governadora eleita tem defendido”.

Clarissa e Junior Tércio

Dois dos deputados mais votados nas últimas eleições, Clarissa Tércio e Junior Tércio, podem vir a ser investigados pelo STF a pedido do PSOL. O partido os acusa de ter reproduzido vídeos nas suas redes sociais dos atos de vandalismo em Brasília no domingo, o que entendem como um incentivo ao terrorismo. Um dos vídeos mostra a multidão invadindo o Congresso Nacional e, em off, alguém falando que estavam tomando o poder. Clarissa foi a segunda deputada federal mais votada e Junior, seu esposo, o deputado estadual mais votado no estado. Os dois apagaram os vídeos e informaram serem contrários aos atos de violência.

Projeto de Raquel será votado segunda

O projeto de Reforma Administrativa da governadora Raquel Lyra será votado pelos deputados estaduais na próxima segunda-feira, com um avanço importante: a nova governadora determina que os gerentes regionais de educação e saúde do estado, que eram indicados pela classe política, serão escolhidos através de seleção a ser feita pelas secretarias correspondentes. No mesmo dia os deputados votarão projeto legislativo com criação de auxílio moradia para os parlamentares não residentes no Grande Recife, auxílio saúde e auxílio alimentação, semelhantes os já aprovados para os membros do judiciário.

Sem acampamentos

Como este blog adiantou na segunda-feira quando começou a ser desmontado o acampamento de bolsonaristas em frente ao Comando Militar do Nordeste, ontem já não existia mais qualquer acampamento semelhante no estado. Os acampados saíram por conta própria depois de avisados que o STF mandara desmontar as estruturas e fichar todas as pessoas que permanecessem nos locais invadidos. Não foi preciso usar a força.

Punição vai longe

As medidas tomadas pelo ministro Alexandre Moraes esta terça-feira, determinando a prisão do ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres, que era secretário de segurança do DF e do ex-comandante da PM , coronel Fábio Augusto Vieira demonstram que a punição dos responsáveis pelo vandalismo em Brasília está apenas começando. No mesmo dia o Ministério Público pediu ao TCU o bloqueio dos bens do ex-presidente Bolsonaro, do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e do ex-ministro Anderson Torres.

Pergunta que não quer calar: o que quis dizer o interventor da área de segurança do DF Ricardo Capelli ao afirmar que houve uma “operação sabotagem” na invasão e depredação dos prédios públicos no último domingo?

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