Em final de mandato, Paulo reclama do PSB, perde espaço para João e aguarda Lula

Indagado na semana passada por um amigo sobre a possibilidade de vir a ser ministro do presidente Lula, o governador Paulo Câmara, desabafou “se for para depender do PSB de Pernambuco não vou a lugar nenhum”. Paulo, na verdade, está sendo rifado do processo político socialista desde a campanha eleitoral num caminho que parece não ter volta. O partido – inclusive a expressão pernambucana dele – preferiu indicar a Lula o ex-governador de São Paulo Márcio França para o ministério, quando ele seria a bola da vez. Amigo de Lula, agora se cogita que Paulo venha a ocupar uma vaga no segundo escalão, em uma estatal ou banco público, mas na cota exclusiva do presidente.

O que estaria levando o PSB estadual a aposentar as duas lideranças políticas ungidas pelo então governador Eduardo Campos que escolheu Geraldo Júlio para ser seu candidato a prefeito do Recife e Paulo a governador? Geraldo passou por uma via crucis que contou com a participação do próprio governador, sendo afastado do quadro de possíveis candidatos à sucessão de Câmara quando era considerado o “nome natural” no rol das possibilidades. Magoado, isolou-se e sequer participou da campanha.

Com Paulo, segundo uma fonte socialista, deu-se o reverso da medalha. Ainda no processo de escolha do candidato e depois de descartar Geraldo, ele se aliou ao PT, através do senador Humberto Costa, e foi a Lula, na época, com uma pesquisa na mão feita por Humberto em que o senador petista aparecia em primeiro lugar nas intenções de voto para governador, na frente de todos os nomes socialistas. O objetivo era, com apoio de Lula, sagrar Humberto candidato ao Governo e ele, Paulo, disputar o senado. O prefeito João Campos, porém, soube da articulação e chegou de surpresa no encontro em São Paulo, onde disse em alto e bom som que o candidato a governador seria do PSB e o partido não abriria mão disso.

Danilo acabou escolhido

O resto da história todo mundo sabe. Danilo Cabral, que fora preterido lá atrás quando Eduardo preferiu optar por Paulo, acabou sendo o escolhido e deu no que deu. Uma pessoa que participou desse processo informou ao blog que, depois de abortada a possível aliança com o PT, via Humberto, o governador perdeu a confiança de grande parte dos socialistas e isso estaria ficando cada vez mais claro. Na campanha, ninguém defendeu seu legado, nem o próprio Danilo, e sua reinserção na liderança do processo político, após a derrota, não teria razão de ser.

A bola da vez

Agora a bola da vez é o prefeito João Campos que, embora tenha sido chefe de gabinete de Paulo, não gostou da forma como Geraldo foi rifado do processo político e é quem vai ditar as normas daqui pra frente. Próxima semana, embora Paulo ainda esteja no poder, ele vai reunir a bancada do PSB na Assembléia para definir como vai ser o comportamento dela na oposição à governadora Raquel Lyra. Vai caber a ele ainda abrir espaços na máquina da capital para incluir alguns socialistas que perderão os cargos dia 1.o de janeiro. Em 2024 vai se candidatar à reeleição e, se tiver êxito, pode ser candidato a governador em 2026.

Prêmio às mulheres

Na próxima segunda-feira, durante café da manhã festivo, o Grupo Mulheres do Brasil – Pernambuco em parceria com este blog vai entregar o troféu Brites de Albuquerque à governadora Raquel Lyra, a vice Priscila Krause, senadora Teresa Leitão e deputadas federais e estaduais eleitas este ano quando Pernambuco, de uma só vez, proporcionou grande destaque às mulheres na política elegendo, pela primeira vez, governadora e senadora. Também vão ser agraciadas algumas pioneiras nesse campo como a ex-vereadora Geralda Farias e as vices do Recife e Pernambuco, Isabela de Roldão e Luciana Santos.

Carnaval na agenda

Agora que a Covid está se dispersando, o ex-deputado federal Edgar Moury Fernandes resolveu voltar a comandar o seu bloco Projeto 50 no carnaval de 2023. A prévia está marcada para o dia 11 de fevereiro às 17 horas no Clube Atlântico, em Olinda, de onde o bloco sairá em desfile pelas ruas da cidade.

Pergunta que não quer calar: agora governadora, Raquel Lyra vai cair no frevo no carnaval 2023?

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