Comparado a Churchill, Zelensky é escolhido “Personalidade do Ano” pelo Financial Times

“Sou mais responsável do que corajoso. Eu simplesmente odeio decepcionar as pessoas”. Num mundo em que a classe política dá cada vez mais sinais de descumprimento das promessas de campanha, foi com a frase acima que o presidente da Ucrania, Volodymyr Zelensky, que ganhou esta segunda-feira o título de Personalidade do Ano do credenciado jornal britânico Financial Times, explicou ao mesmo jornal o motivo pelo qual, ao contrário do que costumam fazer chefes de estado que têm seu país invadido e fogem no primeiro avião, permaneceu em seu país e organizou a resistência aos russos que vem surpreendendo a humanidade.

Comparado pelo Financial Times ao ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill, um dos maiores líderes europeus na Segunda Guerra, Zelensky surpreendeu o mundo após os russos invadirem a Ucrânia e estabelecerem uma guerra insana que, segundo o Pentágono já deixou cerca de 100 mil soldados ucranianos e 100 mil russos feridos ou mortos e levou à morte 40 mil civis, em sua quase totalidade ucranianos. Enquanto milhões de pessoas fugiam da Ucrânia diante da guerra, Zelensky continuava em seu país organizando a resistência e falando com os principais parlamentos do mundo ocidental, usando os recursos da Internet, aos quais explicava a situação e pedia ajuda.

Definido pelo órgão de imprensa que o premiou como “porta-estandarte da democracia liberal na disputa global mais ampla contra o autoritarismo, que pode definir o curso do século XXI” o presidente da Ucrânia também foi premiado segundo os organizadores do prêmio como comandante dos atos de coragem e resiliência do povo ucraniano e sua luta contra a agressão russa”. Na verdade, enquanto muitos soldados russos desertaram durante os combates, os ucranianos, incentivados por Zelensky, não só continuam a combater como milhares que estavam no exterior voltaram ao país e foram direto para o campo de batalha. Nesse final de ano, a Ucrânia conseguiu retomar dos russos 40 localidades do Sul do país, provocando a retirada dos invasores da província de Kherson, única capital regional tomada pelos russos.

De comediante a estadista

A história de Zelensky confirma a teoria de que a vida imita a arte. Até 2019 ele era um festejado humorista ucraniano. Ninguém, nem ele próprio, imaginava que o artista, que protagonizou o personagem “Servo do Povo”, transformado em série, que conta a história de um professor de História de 30 anos que acaba se elegendo presidente do país para combater a corrupção, fosse acabar sendo, na vida real, eleito pelos ucranianos, naquele mesmo ano, seu presidente com 73% dos votos, em segundo turno. Durante a campanha, de forma irreverente, ele apresentou-se criticando a velha política com discurso anticorrupção e muito poucas propostas. “Se não tem promessa não tem decepção” foi seu slogan de campanha. Se elegeu e não decepcionou.

Putin não o ouviu

Antes da deflagração da guerra fez apelos aos maiores líderes mundiais para evitar que a Rússia invadisse o seu país. De Biden a Macron, todos eles – com exceção de Jair Bolsonaro, do presidente da China e o da Coreia do Norte – fizeram chegar a Putin a preocupação e o apelo para que se evitasse a guerra. Zelensky resolveu procurar diretamente o presidente russo, mas não foi ouvido. “Estamos lutando contra pessoas insanas “afirmou. Com o inevitável, que foi a invasão, ele virou protagonista do noticiário internacional meses seguidos. Formado em direito, com discursos fortes, revelou-se um respeitado chefe de estado. Deve virar herói da história ucraniana.

Homenagem às mulheres

No próximo dia 19, o Movimento Mulheres do Brasil, o Blogdellas e a Copergás (como patrocinadora) entregarão o troféu Brites de Albuquerque às mulheres vencedoras das eleições deste ano no estado. Pelo executivo, a governadora Raquel Lyra e sua vice Priscila Krause, pelo Legislativo, a senadora Teresa Leitão, as deputadas federais Iza Arruda, Maria Arraes e Clarissa Tércio, além das seis deputadas estaduais eleitas ou reeleitas. Vai ser em um café da manhã. No mesmo dia elas serão diplomadas pelo TRE. Brites Albuquerque, esposa de Duarte Coelho, foi a primeira mulher a se transformar em chefe de estado nas Américas. Assumiu a Capitania de Pernambuco quando seu esposo precisou voltar a Portugal.

Pergunta que não que não quer calar: Raquel só vai anunciar seu secretariado depois que Lula escolher seus ministros?

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