Bolsonaro entra em desgraça e a direita já busca novo líder

 

“Em política não existe espaço vazio”. Esta máxima é repetida sempre que uma liderança perde a credibilidade e outra toma, imediatamente, seu lugar. O ex-presidente Jair Bolsonaro caiu em desgraça desde que perdeu a eleição, mudou-se para os Estados Unidos e seus fanáticos golpistas invadiram e depredaram a Praça dos Três Poderes. No momento ele não só vai ter sua conduta investigada como corre risco de prisão.

Por estratégia ou obrigado a isso diante dos acontecimentos, o ex-presidente abandonou à própria sorte seus eleitores e hoje seu passe não está valendo muito coisa. Nem mesmo para o seu partido, o PL, pelo qual ajudou a eleger uma grande bancada na Câmara e no Senado. “ Bolsonaro acabou” – disse esta semana o presidente do PL Waldemar da Costa Neto a deputados do partido, explicando que a legenda não aceita ligação com depredadores e golpistas. Foi além “O PL será oposição a Lula mas vai expurgar o bolsonarismo”- adiantou, segundo o Portal IG.

Waldemar é conhecido por mudar de lado de acordo com as circunstâncias mas surpreendeu pela virulência. Na verdade, o que ele expressou foi o desejo de que a direita, que saiu das urnas com 58 milhões de votos dados ao ex-presidente, encontre formas de sobrevivência. Não demorou muito, porém, para ficar claro que pelo menos um político conservador já se dispõe a ocupar o espaço de líder deixado vazio. Foi nada menos do que o governador de Minas, Romeu Zema, tido como moderado mas que deu uma entrevista culpando o Governo Lula de ter facilitado a ação dos golpistas e em defesa dos manifestantes presos que não provocaram atos de violência. Além de Zema outros que procuram se credenciar ao postos são o governador de São Paulo Tarcísio Freitas e, correndo por fora, o senador Sérgio Moro. Não vai faltar candidato a ocupar o posto.

Combinar com os russos

Será que Bolsonaro está mesmo morto como disse Waldemar, ou ainda vai ter influência na política? É difícil de prever mas uma liderança populista que ajudou a dividir o país ao meio não pode ser menosprezada. Se for preso, vira vítima, se não for, não vai faltar quem queira ouví-lo. Mesmo que seja pelos bastidores sua opinião ainda vai ser importante na hora de se optar por um sucessor, de forma que, como disse Garrincha, a direita vai precisar “combinar com os russos” para definir que liderança seguir.

Presidência da Alepe

Esquentou de vez a luta pela presidência da Assembléia. Esta quarta-feira logo depois que o PP distribuiu foto de almoço das bancadas federal e estadual reafirmando apoio à governadora Raquel Lyra e deixando claro seu apoio à candidatura do deputado Antonio Moraes, o deputado estadual Álvaro Porto, do PSDB, distribuiu foto ao lado dos outros dois deputados tucanos na Alepe, Izaias Regis e Débora Almeida, apoiando seu nome. Os dois são próximos a Raquel.

Lula e o aborto

O presidente Lula precisou fazer muito esforço para garantir sua vitória. Um deles foi se declarar contrário ao aborto, o que levou católicos e evangélicos não bolsonaristas a seguí-lo. Não demorou muito, porém, para a cobrança chegar e através de, nada mais, nada menos, do que os bispos brasileiros reunidos na CNBB, entidade acusada pelos conservadores católicos de condescendência com os petistas. Esta quarta a entidade divulgou nota pedindo explicações ao presidente sobre a postura do Ministério da Saúde acusado de tomar medidas, como o rompimento com a Convenção de Genebra permitindo, segundo os bispos “a flexibilização do aborto”.

Siri de volta

O Siri na Lata, um dos mais tradicionais e descolados blocos do carnaval do Recife, volta às ruas este ano. O bloco, conhecido pelas sátiras políticas, vai sair da casa de shows Frege, da avenida Rio Branco, desfilar pelo Recife Antigo e, na volta à casa de shows, fazer seu costumeiro baile. O desfile será dia 16, na semana pré-carnavalesca. Os responsáveis pelo bloco, Ricardo Carvalho, Paulo Braz, Carol Carvalho e Karla Delgado, estão empolgados com volta às ruas após a Covid 19. A governadora Raquel Lyra e a vice Piscila Krause vão ser convidadas para a folia.

Clarissa na berlinda

Além de ter sido incluída entre os investigados pela depredação em Brasília, por ter postado vídeo na Internet incentivando os golpistas, a deputada federal Clarissa Tércio foi condenada pela justiça de Minas Gerais a pagar multa de R$10 mil por “transfobia”. Ela divulgou foto de um casal trans com texto entendido como ofensivo e intolerante.

Pergunta que não quer calar: quem vai vencer a eleição para presidente da Alepe, os deputados Antonio Moraes ou Álvaro Porto?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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