Bolsonaristas perdem mais uma batalha: a da comunicação

Fotos feitas esta quinta-feira (10) na frente do Comando Militar do Nordeste

Depois de amargarem a derrota nas urnas no último dia 2, apesar de ter sido mínima a diferença de votos entre os dois postulantes, os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro realizaram inúmeras manifestações pelo país pedindo intervenção militar e dizendo que houve fraude nas urnas, mas esqueceram do essencial: a guerra da comunicação. Passaram dias propagando nas redes sociais que as Forças Armadas apresentariam um relatório provando que estavam certos, mas não souberam sequer tirar proveito das entrelinhas do documento que realmente não constatou fraudes, mas alertou que o sistema é vulnerável e mostrou por quê.

Resultado: o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que entende muito bem de comunicação, assim que estava com o documento em mãos, veio de imediato a público dizer que as Forças Armadas não constaram fraude e encerrou a questão. Falou a verdade, mas caberia aos bolsonaristas esclarecer – o que só feito ontem – que no escopo do documento os militares dizem que as urnas não são invioláveis e, portanto, é preciso verificar se isso não aconteceu. Só esta quinta-feira, depois que os acampamentos por todo o país tiveram uma clara redução de público pelo impacto e o desalento das primeiras informações, o Ministério da Defesa veio falar das entrelinhas e afirmar que espera que o TCE investigue o assunto.

“Agora é tarde e Inês é morta”, lembrava ontem um deputado estadual do PSB, para quem Já não há mais como alimentar a sanha bolsonarista dos primeiros momentos após a divulgação do resultado das urnas. “A grande maioria já deixou a trincheira e não volta mais” – concluiu. Ontem (foto) já era possível sentir isso no maior acampamento de Pernambuco que, por alguns dias, se concentrou na frente do Comando Militar do Nordeste. As barracas montadas para abrigar os insurretos protegiam pouquíssimas pessoas. A quase totalidade, idosos aposentados. Uma manifestação está programada para o dia 15, terça-feira, que é feriado. Resta aguardar para saber quantos vão ainda se aglomerar nas entradas das unidades militares do país.

TV Globo falou melhor

A dificuldade de comunicação dos bolsonaristas, que não assistem a Globo e só acreditam em coisas infundadas e fake news, impediu que na mesma noite de divulgação do relatório das Forças Armadas, eles tomassem conhecimento de que a mesma emissora que execraram falou com todas as letras que, mesmo sem fraude constatada, o documento chamava atenção para a vulnerabilidade do processo eleitoral e solicitava providências. Poderiam, por exemplo, ter ouvido William Bonner destacar que o levantamento foi além dos apresentados pelo TCU e OAB “que alegaram que o processo eleitoral é seguro e imune a qualquer vicio”.

O presidente também se omitiu

O que foi mais inexplicável nisso tudo foi a postura do presidente Jair Bolsonaro, o mesmo que animou a tropa sobre o relatório. Havia convocado uma live para as 19 horas desta terça-feira, o dia em que o documento foi apresentado, e, para surpresa de todos, não apareceu nas suas redes e nem disse por quê. Seria o momento para, se pretendesse, explicar as entrelinhas do texto entregue ao TSE e que seus seguidores não iam assistir na chamada imprensa tradicional. Não faltou quem o chamasse de “covarde” em comentários no twitter e Instagram. Perdeu, sem dúvida, credibilidade junto aos seus.

Diogo presidente da Unale

O deputado estadual Diogo Moraes (PSB) está cotado para assumir a presidência da Unale, a entidade que representa todas as Assembleias Legislativas do Brasil. Ele é o atual vice-presidente na região Nordeste e se destacou no encontro dos deputados estaduais e funcionários das Assembléias que este ano está acontecendo no Recife. Seu trabalho está sendo elogiado por deputados de todo o país que se encontram por aqui participando de debates sobre o tema Legislativo do Futuro.

Pergunta que não quer calar: Raquel vai compor um secretariado só de técnicos ou mesclar com políticos?

 

Fotos: Blogdellas

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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