Clima quente na Alepe envolvendo policiais por pouco não provoca tragédia

 

A Assembléia Legislativa viveu esta terça-feira na reunião da Comissão de Justiça – a mais importante da casa – um acirramento de ânimos e uma quase total falta de segurança  que por pouco não terminou em tragédia, como denunciou em plenário o deputado João Paulo Silva(PT). Um grande número de policiais, alguns armados (segundo o deputado petista), lotaram os corredores do quarto andar do prédio anexo, onde a reunião foi feita, ocuparam todos os espaços, ficando bem próximos dos membros da mesa, e quando a redatora do projeto que a eles interessava – a votação do fim das faixas salariais – a deputada Débora Almeida, anunciou que estava retirando a matéria de pauta, alguns manifestantes se revoltaram e tanto ela quanto o presidente da comissão, deputado Antonio Moraes, precisaram ser protegidos por outros parlamentares, para evitar agressões físicas.

Débora acabou vítima de um pico de pressão e foi encaminhada para fora do ambiente por um policial militar da segurança da casa que segurou no seu braço até que ela percorresse o corredor onde os policiais estavam amontoados. João Paulo em sua fala lembrou do tempo em que foi piqueteiro e comandante de greves e disse que os deputados que incentivaram os policiais a ir para a comissão e não cuidaram de comandar os manifestantes, erraram e expuseram as pessoas presentes. “Quem trouxe a tropa pra cá tinha a responsabilidade da condução politica da mesma” – afirmou.

Em pronunciamento após a fala do petista, o deputado Alberto Feitosa (PL) autor de uma emenda ao projeto, e um dos parlamentares que convocaram a classe para ir à reunião, disse que a responsabilidade caberia ao presidente da Comissão e a deputada relatora, que, segundo ele, “sem explicar o que estava acontecendo, tiraram a matéria de pauta e encerraram a reunião, deixando os policiais sem entender e querendo explicação”. E adiantou “o pior é que mandaram desligar os microfones e ninguém pode agir para acalmar os ânimos”.

Manobras regimentais

Na verdade, como já estava previsto, a reunião foi tensa e permeada de manobras regimentais que quem não conhece a natureza legislativa, muito menos os policiais, ficaria perdido. Em primeiro lugar, a oposição não só tirou da comissão o deputado William Brígido, que sempre vota a favor do Governo, substituindo-o pelo deputado Rodrigo Farias (PSB) como, ao tomar conhecimento de que o deputado Renato Antunes (PL) também favorável ao Governo,  estava em Brasília convocou o suplente Alberto Feitosa, ferrenho oposicionista, para substituí-lo. O resultado foi que o Governo acabou minoria no colegiado, já que o presidente só vota em caso de desempate, e corria o risco de perder a votação. A solução foi o adiamento da apreciação do projeto para a próxima terça-feira.

Não houve controle dos acessos

Um erro cometido e que acabou sendo motivo de muita insatisfação entre os parlamentares foi o da segurança da Alepe –  o que não costuma acontecer –  permitir que quem chegasse na Assembléia subisse para o quarto andar. Normalmente nesses casos, ainda mais em se tratando de militares, há uma preocupação em verificar se tem alguém armado. Além disso, na sala onde o encontro se realizou – auditório Ênio Guerra – só tinha três policiais da casa quando os presentes passavam de 200 pessoas. “Temi um tiro alí e uma tragédia sem precedentes”- comentou um deputado membro da comissão, após o ocorrido.

Sindicatos fora

 “Não queremos sindicato”. Este era o grito de guerra dos motoristas de aplicativo que foram ontem à Assembléia Lagislativa se manifestar contrários à proposta do Governo Federal de regulamentar a profissão e criar um sindicato próprio para defender os interesses da categoria. Os manifestantes informaram aos deputados que querem permanecer como estão sem interferência governamental. O deputado federal coronel Meira, que estava na Alepe, acompanhando policiais militares, se comprometeu a votar contra e tentar convencer a bancada federal de Pernambuco a fazer o mesmo.

MDB faz ato político de apoio a João

O MDB faz esta quarta-feira às 12 horas, em sua sede, um ato político de apoio à reeleição do prefeito João Campos. Na ocasião os candidatos a vereador da capital pela legenda que ainda não são filiados assinarão suas fichas de filiação. Estarão presentes  o próprio Raul Henry, presidente estadual, o senador Fernando Duiere, o deputado estadual Jarbas Filho, a deputada federal Iza Arruda e o prefeito de Vitória, Paulo Roberto Arruda.

Qual vai ser a próxima sigla importante a declarar apoio ao prefeito João Campos?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br/terezinhanunescosta@gmail.com

Foto: Leoncio Francisco

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