Caruaru nega censura e

atinge aliado de Raquel


Acusada por órgãos de imprensa local e nacional de estar impondo censura a artistas no São João da cidade, a Prefeitura de Caruaru foi obrigada a divulgar nota oficial este sexta-feira afirmando, de forma categórica, que “não
qualquer possibilidade de censura a artistas durante o São João do município e culpando pela celeuma  texto  de edital mal redigido pensado por bucrocratas que buscavam evitar a politização de um evento que tem como finalidade o entretenimento”.

Os “burocratas” citados respondem ao presidente da Fundação de Cultura Rubens Junior, ligadíssimo à ex-prefeita Raquel Lyra (Rubens foi chefe de gabinete do ex-governador João Lyra Neto, pai de Raquel). Antes da nota, ouvido pela Rádio Cultura de Caruaru, Rubens afirmou que a ação foi pensada pela própria pasta como precaução, já que a festa é custeada por recursos públicos”.

De imediato, a nota da Prefeitura foi tida como sintoma de desentendimento entre o atual prefeito Rodrigo Pinheiro e a ex-prefeita mas o próprio Rubens cuidou de desfazer a confusão dizendo que a própria Prefeitura do Recife publicara edital também se precavendo por eventuais excessos e concluiu “é natural que a gente fique com receio nesse tempo porque se trata de recursos públicos pelos quais temos que prestar contas”.

O que dizia o famoso edital cujo prazo até já expirou?  No ítem 9.3 afirma : “não serão contratadasatrações artísticas e culturais que expressem conteúdo discriminatório ou político de qualquer natureza”. O texto, além de genérico não especifica o que se  entende como “conteúdo discriminatório ou político”. Na verdade, estão previstas atrações diversas em Caruaru artistas simpáticos ao PT até o pré-candidato ao senado de Bolsonaro, ex-Ministro Gilson Machado, que é sanfoneiro.

Recife faz texto diferente

O edital do Recife citado em Caruaru diz no seu ítem 10.9 que “não será permitida  a veiculação de nenhum tipo de propaganda partidária e de nenhum tipo de propaganda política vinculada ao objeto da convocatória, em atendimento às normas previstas na legislação eleitoral (Lei 9.504/97). A diferença entre o texto do Recife e o de Caruaru é que o de Recife remete à lei eleitoral mas deixa implícita a proibição de fazer propaganda partidária e política. Genérico e sem citar a legislação o de Caruaru serviu a diversas interpretações inclusive a de censura quase cita atrações artísticas e culturais”.

Celeuma sobre artistas começou em São Paulo

Na verdade, nessa época de radicalização política vai ser difícil evitar problemas como o ocorrido em Caruaru. Desde que Pablo Vittar e outros artistas aproveitaram o Festival Lollapalooza para falar no nome do ex-presidente Lula e comandar coro de “Fora Bolsonaro” que agora sempre que um artista se apresenta, sobretudo em se tratando de eventos públicos, como é o caso do São João no Nordeste, que se levanta a possibilidade de uso de dinheiro público para fazer propaganda política. O ápice aconteceu na festa do 1.o de maio em São Paulo quando a cantora Daniella Mercury fez propaganda de Lula e o próprio pré-candidato falouantes dela. Quando se descobriu que o cachet da cantora fora garantido pela Prefeitura de São Paulo o próprio município suspendeu o pagamento.

Candidatos em campanha 

Ontem o dia foi de muito trabalho para os candidatos a governador este ano. Danilo Cabral foi a Arcoverde em encontro do qual participou também a pré-candidata ao senado Teresa Leitão e prometeu garantir paridade de gênero na máquina pública se for eleito. Os cargos comissionados seriam preenchidos observando no mínimo 50% das vagas para as mulheres. Miguel Coelho prometeu implantar clínicas veterinárias públicas em todo o estado em evento da candidata a deputada federal Andreza Romero, protetora dos animais.  Raquel passou o dia fazendo o seu giro metropolitano visitando o Galo da Madrugada. Anderson fez evento em Arcoverde em que criticou o modelo de gestão da área de saúde implantando pelo PSB.

Foto: Divulgação

E-mail:terezinhanunescosta@gmail.com

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