Carla Zambelli anuncia que deixou o Brasil e diz que vai pedir licença do mandato

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) informou, durante uma live concedida à rádio Auri Verde no YouTube, que está na Europa para realizar um tratamento de saúde. Ela também anunciou que pretende solicitar licença do mandato, assim como fez o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente está nos Estados Unidos.

“Queria anunciar que eu estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim a princípio buscando um tratamento médico, e agora eu vou pedir, inclusive, para que eu possa me afastar do cargo. Tem essa possibilidade na Constituição. Acho que as pessoas conhecem um pouco mais isso hoje em dia, porque foi o que o Eduardo (Bolsonaro) fez também. Ele pediu uma licença não remunerada e o gabinete vai ser ocupado pelo meu suplente. Então o suplente assume e eu fico fora do país durante esse período.”

Ainda durante a live à rádio Auri Verde, a deputada negou que sua ida à Europa tenha relação com um suposto abandono do país por conta de sua cidadania italiana. Segundo ela, o motivo da viagem é exclusivamente médico. A defesa da parlamentar afirmou que foi apenas comunicada da decisão.

A deputada ainda afirmou durante a transmissão ao vivo que vai voltar a “denunciar todos os desmandos que a gente observa nesse país e que eu tenho ficado calada diante de uma pressão judicial que eu tenho sofrido”.

Em maio, Zambelli foi condenada, por unanimidade, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela também foi sentenciada à perda do mandato — a ser efetivada após o esgotamento de todos os recursos — e ao pagamento de R$ 2 milhões em danos morais coletivos, quantia que será dividida com o hacker Walter Delgatti, também condenado no mesmo processo.

Em agosto de 2023, Carla Zambelli teve o passaporte apreendido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito das investigações sobre a invasão aos sistemas do CNJ. Posteriormente, o documento foi devolvido e ela não teve restrições para deixar o país. Agora, com sua viagem à Europa, o STF pode avaliar a adoção de novas medidas cautelares, como a retomada do passaporte.

Redação com Jornal do Commercio Foto: arquivo

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