Bolsonaro não perdeu votos na entrevista ao JN e pode até ter ganho alguns

Não foi nenhuma brastemp mas, pelo que se esperava ele que pudesse fazer em uma entrevista que não costuma poupar os candidatos, o presidente Bolsonaro se saiu bem na entrevista do Jornal Nacional. Quem o viu há poucos dias reagir no braço a um youtuber que o provocou, procurando tomar seu celular, na Globo parecia que estava movido a um freio de mão. Na bancada do JN, apesar de alguns escorregões, respondeu a tudo e chegou a mostrar humildade e reconhecer os erros cometidos até mesmo enquanto respondia aos jornalistas.

A reação inesperada do presidente também deixou perplexos os entrevistadores. Houve momentos em que parecia que ele nunca tinha se recusado a atender jornalistas e muitos menos sentar na frente de reporteres inquisidores como costumam ser Bonner e Renata nas entrevistas feitas em campanhas políticas.

Por fim, o presidente se soltou na pergunta que mais interessa à população: a questão econômica. Apesar da clara dificuldade de se expressar sobre assuntos complexos falou como um entendedor não só da economia nacional como da internacional. Conseguiu mostrar que o Brasil enfrentou problemas mas está se recuperando, que é responsável pelo Auxílio Brasil, que ajudou governadores e prefeitos com recursos na pandemia, que a inflação está sendo controlada, que os preços dos combustíveis estão em declínio. Enfim, terminou por dizer que tem uma das melhores equipes econômicas que poderia ter.

Apesar de tentar desmentir coisas que todos sabem serem verdade, como o baixo nível dos ataques ao supremo e as dúvidas que levantou sobre o processo eleitoral , deu uma queda de braço em Bonner que o inquiriu sobre o centrão e perguntou se o jornalista queria que ele desse um golpe, já que precisava de votos para aprovar projetos no Congresso. E sem Congresso e sem votos teria que se transformar em ditador.

Numa entrevista como a do Jornal Nacional um político no máximo consegue não perder votos e, certamente, ele não perdeu. Ganhar votos é outra história e quem vai resolver isso é a campanha que dia 26 entra nos lares com a propaganda eleitoral gratuita.

Redação do Blogdellas. Foto: reprodução TV Globo