Ato do 8 de janeiro em Brasília é marcado pela defesa de democracia e do controle das redes sociais

Além da ausência de governadores oposicionistas, que representam, em sua maioria, os estados mais populosos do Brasil, o ato em defesa da democracia realizado em Brasília neste 8 de janeiro – um ano depois do ataque de vândalos às sedes dos Três Poderes – representou, através dos discursos do presidente da República, Lula da Silva, do presidente do STF, Luís Roberto Barroso e do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, um alerta sobre as fake news e a necessidade de regulação das redes sociais.

– “O discurso do ódio foi o combustível para o 8 de janeiro” – falou, de improviso, o presidente Lula, citando a pregação contra as vacinas, as fake news e o combate às urnas eletrônicas como elementos chaves para criar na sociedade um ambiente de radicalização como o que se viu na depredação das sedes dos Poderes da República. Embora sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro ele afirmou que “liberdade não é permissão para se atacar a democracia” e, de forma enfática, como fizeram os oradores que o antecederam, defendeu o controle das redes. Lula defendeu também a punição exemplar de todos os envolvidos na tentativa de golpe.

– “Se houvesse possibilidade de falsificar as urnas eletrônicas, um operário jamais chegaria à presidência do Brasil” – continuou, dizendo que o seu o próprio exemplo e o do seu partido, o PT, demonstram que as urnas são seguras. “Ninguém perdeu mais eleições do que eu e ninguém ganhou mais eleições como nós do PT”. Segundo ele, ao aguardar de forma paciente e dentro do regime democrático a sua vez, o PT não só mostrou respeito à democracia como confiança nas instituições.

Apesar dos muitos convites e do apelo a que os funcionários públicos comparecessem ao ato na sede do Congresso Nacional não havia uma multidão em Brasília. Foi um evento comum, embora expressivo pelo simbolismo. Do lado de fora eram vistos poucos curiosos. Isso permitiu que o ato começasse e terminasse no horário previsto.

Redação com assessoria – Foto Sergio Lima AFP

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