Assembléia Independente foi o calo de Raquel no primeiro semestre de mandato

 

Não se tem notícia na história de Pernambuco de um governador iniciar seu mandato sem uma base confortável na Assembléia. Isso acontece mais no final do mandato quando a campanha para escolha do seu sucessor já está nas ruas e a oposição azeita suas críticas com esperança de sair vencedora. Com a governadora Raquel Lyra aconteceu o contrário : com o apoio de apenas dois partidos – PSDB e Cidadania – que só elegeram três dos 49 deputados, e em meio a um movimento incomum de independência do legislativo, ela já começou sob contestação da oposição e dos independentes e precisou gastar energias que seriam necessárias para fazer andar o seu projeto de Governo, numa eterna queda de braço com os parlamentares.

Esta sexta-feira ela completa seis meses de administração sem ter constituído uma base sólida na Alepe, apesar de, ao apagar as luzes, ter celebrado uma vitória quando 30 deputados, após idas e vindas e muita contestação das galerias, aprovaram finalmente o projeto que garante piso salarial nacional para 28.600 professores. “Em outros tempos, um projeto desse, em início de Governo, passaria sem problemas mas a oposição cresceu no debate com a ajuda da bancada independente e o Governo precisou passar por quase dois meses de desgaste para conseguir aprovar”- afirmou um deputado da bancada independente a este blog, pedindo anonimato.

As dificuldades do Palácio no relacionamento com os deputados teve duas vertentes: o estilo diferente da governadora no trato com a classe política e a demora para entender que nesta legislatura os deputados iniciaram um movimento de independência antes mesmo da posse e, num primeiro momento, não iriam aceitar pacotes prontos, como acontecia na época do PSB. Assim ela perdeu a disputa pela presidência da casa – lançou o nome do deputado Antonio Moraes contra o eleito Álvaro Porto e Moraes acabou tendo que desistir – interferiu na escolha dos presidentes das principais comissões e só reverteu a situação sob contestação do colégio de líderes e a duras penas e apoiou o deputado Joaquim Lira para uma vaga no TCE e ele acabou derrotado por Rodrigo Novaes, que tinha o apoio de Álvaro e da maioria da casa.

Vai ser diferente

Uma coisa, porém, o Governo pode comemorar: o presidente Álvaro Porto, que nem queria ir a Palácio, hoje não só comparece a audiências, como tem almoçado com a governadora e foi presença fundamental no plenário, junto com o primeiro secretário, deputado Gustavo Gouveia, para dar força aos 30 parlamentares que aprovaram o projeto dos professores, sem os aumentos reivindicados pelo Sintepe e sob gritos e vaias dos mestres presentes nas galerias.

PL já trabalha em busca de sucessor para Bolsonaro

Com a quase certeza de que o ex-presidente Jair Bolsonaro ficará inelegível por oito anos ainda esta sexta-feira, quando o TSE deve concluir o seu julgamento, no entorno do seu partido, o PL, já se especula sobre que liderança de direita vai substituí-lo a partir de agora e nas eleições de 2026. Os nomes cotados são os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo e Romeu Zema, de Minas; a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro; e a senadora Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura.

Municípios perdem FPM por causa do censo

O deputado estadual Gonzaga Patriota (PSB), ex-presidente da Amupe, afirma que 48 municípios pernambucanos vão ter redução em suas parcelas do FPM – Fundo de Participação dos Municípios – porque perderam habitantes entre o censo de 2010 e o de 2022 divulgado anteontem. Ele ressaltou, porém, que o movimento feito este ano pelos municípios que, na prévia do IBGE, já registravam diminuição do número de habitantes, teve efeito e o presidente Lula sancionou lei que cria uma regra de transição nesses casos. O desconto será progressivo e só a partir de 2024.

Petrolina não terá acréscimo de vereadores

Embora o Recife vá perder duas vagas na Câmara Municipal porque reduziu sua população entre os censos de 2010 e 2022, Petrolina, o município que mais cresceu, com acréscimo de 31% no número de habitantes, não terá direito a aumentar o número de vereadores ( atualmente tem 23 vagas). O número de vereadores é calculado por faixa populacional. Apesar do crescimento que teve, o município sertanejo permanece na faixa que vai de 300 mil a 450 mil habitantes, mantendo a Câmara como está, segundo o economista e estatístico Maurício Romão.

Pergunta que não quer calar: qual vai ser o placar final do TSE de hoje, 6X1 ou 5X2 contra Bolsonaro?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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