Opinião

Armas matam

 

O mundo acompanha o drama vivido pela cidade texana de Uvalde, nos EUA, com a morte de 21 crianças e professoras, vítimas de um ataque a tiros, em uma escola primária há uma semana. Nos Estados Unidos esses ataques são decorrentes. E por aqui no Brasil também já registramos casos de ataques com tiroteios em escolas e outros ambientes.

Os alunos motos, com idade entre 9 e 11 anos, e duas professoras foram todos atingidos por um atirador de 18 anos que invadiu a sala de aula da quarta série e abriu fogo com um rifle semiautomático de alta velocidade AR-15.Enquanto famílias sofrem e a cidade lamenta , o país , no caso os Estados Unidos, novamente se pronuncia. A população pede ao presidente Biden que faça alguma coisa em direção a reformar as leis americanas sobre armamentos, as quais no Texas permitiram que o atirador comprasse legalmente uma arma do estilo AR-15 em seu aniversário de 18 anos, uma semana antes do massacre. Aqui , a gente volta ao ano de 2018.

Quando Jair Bolsonaro se elegeu presidente da República e parte da população brasileira torcia para que ele não cumprisse nenhuma de suas propostas. O que mais se ouvia era que ele não seria capaz de impor todas as medidas que havia prometido, entretanto, mesmo diante da pandemia da Covid-19 e do colapso do sistema de saúde no país, o presidente parece manter suas prioridades. E entre elas estão inúmeras iniciativas para facilitar a compra e o registro de armas. Algumas iniciativas deram em nada diante de intervenções de gente consciente como a ministra Rosa Weber, do STF, mas que com certeza as investidas voltarão a ganhar manobras a cada período para a incrementação do desejo do presidente.

A liberação do porte de armas é uma discussão antiga no Brasil. Desde 2003, porém, vigorava a Lei 10.826, conhecida como Estatuto do Desarmamento. Como o próprio nome já indica, a lei previa coibir o uso de armamento em território nacional, pois seu regulamento proibia o porte de arma, salvo exceções, como no caso dos agentes de segurança que utilizam para exercício profissional. Desde o início de seu mandato, ao contrário desse espírito, Bolsonaro já editou mais de 30 incontáveis atos, decretos, portarias e projetos de lei que flexibilizam a compra de armas e munições no país ー enquanto o país segue vivendo em alto grau de desigualdade social , desemprego, inflação nas altas, o que arrasta muitos para o desespero e crimes.

Precisamos cada vez mais discutir e nos pronunciar contra a cultura armamentista, sobre a flexibilização do porte de armas, pois não há como defender o direito à vida e concordar com uma política que incentiva o uso de armas letais. As armas matam . Taí o exemplo Uvalde para nos fazer refletir. O ocorrido foi nos EUA. Mas poderia ser aqui.

Redação – Blogdellas

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